Um alerta muito sério
Embora já estejam detidas duas suspeitas (mãe e filha), o Ministério do Interior espanhol não avançou ainda com dados concretos sobre as razões que levaram ao assassinato da presidente do Partido Popular de Léon, Isabel Carrasco, que ontem foi baleada mortalmente com quatro tiros perto de sua casa.
De acordo com as informações mais recentes veiculadas pelas autoridades e pela imprensa espanhola, terá tratado-se de uma "vingança pessoal" da suspeita mais jovem detida, que foi despedida em 2011 da Deputacíon Provincial de Léon, órgão autonómico que era actualmente presidido por Isabel Carrasco. Pelo meio, a suspeita teria também algumas dívidas por pagar àquela entidade.
Os contornos começam agora a ser conhecidos, mas o importante nesta trágica história é que vem de Espanha mais um exemplo de como a "rua" se pode tornar violenta contra os decisores políticos ao ponto de fazer derramar o seu próprio sangue. É verdade que Espanha tem um histórial dramático naquilo que se pode chamar de violência contra os representantes do Estado (ao contrário de Portugal, onde a violência extrema se encontra, sobretudo, ao nível dos crimes passionais).
Embora Portugal não tenha uma tradição de violência contra os seus governantes e políticos em geral, isso não quer dizer que o desespero se alie à irracionalidade num determinado momento e alguém, no limite da sua resistência moral e psicológica, venha a "importar" alguns destes maus hábitos do País vizinho.