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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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Mais um factor de tensão no seio da coligação governamental inglesa

Alexandre Guerra, 19.05.11

 

David Cameron e Nick Clegg

 

Há uns dias, por ocasião do primeiro ano de coligação governamental em Inglaterra, o líder dos liberais democratas, Nick Clegg, enfatizou o papel político do seu partido no Executivo, dando como exemplo a suspensão do programa de modernização da frota de submarinos nucleares Trident.

 

Mas, esta Quarta-feira, o secretário de Defesa, Liam Fox, informou que o Governo liderado pelos conservadores do primeiro-ministro David Cameron vai avançar de imediato com o programa de renovação dos Trident.

 

Nesta primeira fase, que está orçamentada em 3 mil milhões de libras, será iniciado o projecto de design para a construção dos submarinos e dos novos reactores nucleares.

 

Esta decisão vai aumentar ainda mais a tensão entre os dois parceiros de coligação. Os liberais democratas preferiam adiar este programa, no entanto, os “tories” opuseram-se, por considerarem que poderia colocar em risco a capacidade dissuasora nuclear inglesa.

 

Brown deita submarino nuclear Trident ao "fundo", mas fica com os seus mísseis

Alexandre Guerra, 23.09.09

 

O submarino nuclear britânico HMS Vigillant da classe Trident

 

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, aproveitou o seu discurso na 64ª Assembleia Geral das Nações Unidas reunida em Nova Iorque para dar uma novidade interessante.

 

Brown anunciou esta Quarta-feira, em tom de proposta, que o Reino Unido vai reduzir a sua frota de submarinos nucleares da classe Trident, passando dos actuais quatro para três.

 

Na base desta decisão está sobretudo uma preocupação com a problemática do controlo de armamentos, tendo Brown afirmado que os Estados nucleares terão que fazer esforços significativos no sentido de se caminhar para um mundo sem armas atómicas.

 

Por outro lado, o primeiro-ministro britânico enviou um recado aos países que procuram desenvolver tecnologia nuclear para fins duvidosos, como são o caso do Irão e da Coreia do Norte. Estes, segundo Brown, terão que perceber que à medida que os Estados nucleares forem reduzindo os seus stocks mais exigente e criterioso será o combate à proliferação nuclear.

 

No entanto, o caminho para a desnuclearização é longo, tendo o próprio Brown informado que apesar dos seus intentos em relação aos submarinos Trident não abdicará dos respectivos mísseis nucleares.