Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Era bastante previsível...

Alexandre Guerra, 13.07.16

 

_71813823_kiir.jpg

Salva Kiir, um autêntico "cowboy" africano 

 

Cinco anos depois da sua independência, celebrada, diga-se, com grande apoio e entusiasmo dos líderes ocidentais, que, nestas coisas, costumam meter o realismo político de lado ao deixarem-se invadir por um idealismo tolo e irresponsável, o Sudão do Sul é hoje mais um Estado à deriva, com um tecido social retalhado e uma economia de rastos. O país está a saque e refém das vontades e caprichos do suposto "pai" da independência, Salva Kiir, um autêntico "cowboy", que, na boa e velha tradição das lideranças africanas, rapidamente revelou as suas tentações interesseiras e despóticas.

 

Agora, cinco anos depois, a comunidade internacional parece ter acordado para uma realidade que já era evidente muito antes do referendo que levou à independência do Sudão do Sul: embora a sua população seja maioritariamente cristã e animista, contrastando com o cariz muçulmano do Norte, aquele território estava longe de ter as condições estruturais e os recursos políticos para se tornar num país independente. Era óbvio. 

 

Recordo que dias antes do referendo realizado a 9 de Janeiro de 2011, questionei-me se não estaria mais uma guerra civil iminente em África e cheguei a escrever neste espaço o seguinte: "Estará África na iminência de uma nova guerra civil? Os observadores internacionais no terreno, como o senador John Kerry, presidente do comité dos Negócios Estrangeiros do Senado dos Estados Unidos, acreditam que não. Estão confiantes que o referendo que se realiza no próximo Domingo no Sudão, e que irá decidir se o Sul daquele país se tornará numa nação independente, não terá consequências gravosas, estando neste momento todo o processo a decorrer sem problemas. A CNN, no entanto, e inspirada na longa tradição africana de conflitos internos, colocava as coisas de uma forma mais prática ao dizer que o resultado deste referendo ou institui o mais recente Estado da comunidade internacional ou acaba em guerra civil. Atendendo ao historial do Sudão e ao comportamento da sua cúpula político-militar nos últimos anos, o Diplomata só pode concordar com aquela observação." 

 

Pouco mais de um mês tinha passado sobre o referendo e já se verificavam confrontos fronteiriços entre o Sudão do Sul e o Sudão. E em Março voltei ao assunto para falar dessa personagem "hollywoodesca", Salva Kiir, que iria ser o futuro Presidente a partir de 9 de Julho. E todo o cenário era preocupante, porque Kiir mostrava os sinais de vir a ser um líder que iria infligir grandes danos ao seu país e povo, tendo-se aproveitando da popularidade e carisma do defunto John Garang, antigo líder sudanês, que lutou pela independência da região do Sul e que morreu em 2005 num acidente de helicóptero. Kiir fez parte do círculo próximo de Garang, tendo este sido o grande responsável e inspirador da independência do Sudão do Sul. 

 

A questão é que após a independência e perante a incapacidade de lidar com os problemas internos, Salva Kiir tentou aproveitar os conflitos fronteiriços com Cartum para criar neste o inimigo externo e desviar as atenções da sua governação. Não é por isso de estranhar que menos de um ano após a independência, o já Presidente Kiir assumia claramente o conflito com o Sudão. É certo que os problemas sempre existiram com o regime de Cartum liderado pelo também pouco recomendável, Omar al-Bashir, no entanto, foi no plano interno que a situação mais se deteriorou, como, aliás, seria expectável. 

 

Nstes últimas dias, a violência na capital Juba tornou-se demasiado evidente e a situação bastante ruidosa, obrigando os EUA, através da sua Conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, a pronunciarem-se com aquelas declarações já habituais, que têm tanto de inócuo como de incompetentes: “Esta violência sem sentido e indesculpável – levada a cabo por quem, mais uma vez, coloca os interesses pessoais acima do bem-estar do seu país e do seu povo – coloca em risco tudo aquilo a que o povo sul-sudanês aspirou nos últimos cinco anos”, disse Rice em comunicado.

 

A verdade é que há muito que Washington podia ter colocado alguma ordem na política do Sudão do Sul, mas não o fez, deixando o caminho aberto para que Kiir e outros fizessem do mais recente país independente o seu "playground" africano.

 

Nem um ano passou e o Presidente do Sudão do Sul já diz que está em guerra

Alexandre Guerra, 24.04.12

 

Soldado do Sudão do Sul junto a um mercado em Rubkona, perto de Bentiu, alegadamente destruído por uma bomba lançada ontem por aviões do Sudão/Foto:Reuters/Goran Tomasevic  

 

Nem um ano de existência tem e o mais recente Estado do mundo já está em guerra, pelo menos a julgar pelas palavras do seu Presidente, Salva Kiir. Segundo este, o Sudão do Sul, que se tornou independente em Julho do ano passado, está a ser alvo de uma "declaração de guerra" por parte do regime de Cartum. 

 

Apesar do Sudão não ter feito formalmente qualquer declaração nesse sentido, analistas citados pela BBC News consideram que é o próprio Salva Kiir a fomentar uma escalada de palavras. Seja como for, fontes oficiais militares do Sudão do Sul disseram esta Terça-feira que Cartum lançou oito bombas sobre o seu território na noite passada, o que levou Salva Kiir a classificar este acto como uma autêntica "declaração de guerra". 

 

Há várias semanas que os confrontos fronteiriços entre as tropas do Sudão do Sul e do Sudão se têm intensificado em áreas de exploração petrolífera. As acusações têm sido mútuas e neste momento não se vislumbra qualquer possibilidade de diálogo entre os dois países vizinhos.

 

Quando em Janeiro do ano passado, por altura do referendo da independência do Sul do Sudão, o Diplomata se questionava quanto à possibilidade de mais uma guerra civil em África, estava precisamente a prever um caminho sinuoso nas relações entre os dois países.

 

Na altura, o Diplomata desconfiou de imediato das palavras do Presidente sudanês, Omar al-Bashir, que disse que iria acatar o resultado do referendo, fosse ele qual fosse. O passado sangrento e violento de al-Bashir, seja em relação às populações do Sul ou da região de Darfur, perspectivavam tudo menos um desfecho pacífico e tranquilo deste processo de independência.

 

Mas, neste momento, é preciso também contar com o carácter provocatório e belicista do Presidente do Sul do Sudão, que está a dar mostras de não estar muito disponível para uma via mais diplomática.

 

Menos de um ano após a independência, o Sul do Sudão e o Sudão já se confrontam

Alexandre Guerra, 12.04.12

 

 

Em Janeiro do ano passado, dias antes do referendo que viria proclamar a independência do Sudão do Sul, o Diplomata questionava-se se não estaria mais uma guerra civil iminente em África. 

 

Na altura, o autor destas linhas observava que, "atendendo ao historial do Sudão e ao comportamento da sua cúpula político-militar nos últimos anos", a secessão do Sudão do Sul levantaria as maiores preocupações. 

 

Escrevia ainda que apesar do Presidente sudanês, Omar al-Bashir ter dito que iria acatar o resultado do referendo, fosse ele qual fosse, o Diplomata demonstrou logo dúvidas quanto à solidez daquelas palavras. "O passado sangrento e violento de al-Bashir, seja em relação às populações do Sul ou da região de Darfur, perspectivam tudo menos um desfecho pacífico e tranquilo deste referendo."

 

Ora, nem sequer um ano passou desde a declaração formal da independência do Sudão do Sul, e as notícias mais recentes alimentam os piores receios manifestados pelo Diplomata.

 

Um "cowboy africano" que dificilmente tranquilizará alguém no Sudão e arredores

Alexandre Guerra, 26.05.11

 

 

Salva Kiir, líder do Sudão do Sul

 

O Sul do Sudão está a poucas semanas de se tornar no mais recente Estado independente do mundo, quando em Julho proclamar formalmente, e sob a anuência da ONU, a sua secessão do restante território sudanês.

 

Sobre este assunto, o Diplomata já escreveu dois textos, nomeadamente, alertando para a possibilidade de, à boa e velha maneira africana, tudo isto resultar em mais um conflito opondo diferentes religiões e etnias.

 

Mas, para tranquilidade de todos (ou talvez não), Salva Kiir, uma personagem digna de um filme, mas que na verdade é o líder dos sudaneses do Sul, vem agora dizer que não vai entrar em guerra com o Norte por causa da região de Abyei. Um território rico em petróleo mas que desde Janeiro, altura em que se realizou o referendo da separação, está em disputa entre o Norte e o Sul porque não foi contemplado em que parte ficaria.

 

Tanto Kiir, antigo membro do círculo de poder próximo do defunto e carismático líder John Garang, como o Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, reclamam aquela região, tendo este, inclusive, enviado tropas para o local, apesar da condenação da ONU.

 

Kiir acusa o regime de Cartum de ter exagerado, no entanto, rejeita a ideia de entrar em guerra com o Norte, depois do povo sudanês ter posto cobro em 2005 a uma guerra de 22 anos que ceifou um milhão e meio de vidas.

 

Seja como for, analistas e observadores internacionais, assim como o Diplomata, receiam que Abyei possa ser o rastilho para um conflito civil que oponha a vasta população maioritariamente cristã animista do Sul contra os sudaneses muçulmanos a Norte liderados pelo Presidente al-Bashir.

 

Neste momento, já surgem várias notícias que dão conta de populações deslocadas, da fuga de trabalhadores humanitários e de eventuais “crimes de guerra” em Abyei.

 

É ainda difícil confirmar com exactidão o que se está a passar naquele território, mas uma coisa é certa, existem razões para preocupações, devendo a ONU e a União Africana (UA) estarem particularmente atentas nestas semanas que antecedem a proclamação formal da independência do Sul do Sudão.

 

Tribos sudanesas lutam por região com petróleo provocando 20 mortos em dois dias

Alexandre Guerra, 28.02.11

 

 

Quando no início do ano, os sudaneses do Sul manifestaram em referendo a vontade de se separarem do Norte do país, maioritariamente muçulmano, o Diplomata não partilhou o entusiasmo da população, alertando na altura para a possibilidade de se estar perante uma guerra civil iminente.

 

Apesar de o Presidente Omar al-Bashir ter dito que respeitaria o resultado do referendo, fosse ele qual fosse, a CNN relembrava que na longa tradição africana de conflitos internos, o resultado do referendo ou instituía o mais recente Estado da comunidade internacional ou acabava em guerra civil. Atendendo ao historial do Sudão e ao comportamento da sua cúpula político-militar nos últimos anos, o Diplomata só podia concordar com aquela observação.

 

Além do mais, o passado sangrento e violento de al-Bashir, seja em relação às populações do Sul, maioritariamente cristãs e animistas, ou da região de Darfur, perspectivava tudo menos um desfecho pacífico e tranquilo daquela consulta popular.

 

Outro factor desestabilizador impossível de ignorar prendia-se com as reservas de petróleo que estão no Sul, cerca de 80 por cento do total do Sudão.

 

Ora, nos últimos dois dias já morreram pelo menos 20 pessoas na sequência de confrontos na região fronteiriça de Abyei, entre o Sul e o Norte do país. Abyei é rica em petróleo e não realizou o referendo do passado mês, um acto que será efectivado, mas ainda sem data marcada.

 

Os confrontos opuseram milícias da tribo nómada árabe Misseriya e membros da tribo Dinka Ngok. Os primeiros, identificados com o Norte muçulmano, consideram que Abyei deve ficar naquela parte do país, enquanto os Dinka Ngok acham que aquela região deve integrar a nova nação do Sul.

 

Abyei tem vivido momentos de grande tensão, tendo a missão das Nações Unidas, UNMIS, reforçado o seu contingente naquela região.

 

Relembre-se que a consulta popular realizada no início do ano resulta de um longo processo político e militar, que culminou nos acordos de paz de 2005, colocando o fim a duas décadas de conflito, e definiram várias linhas orientadoras estratégicas sobre o futuro do país, nomeadamente, partilha de governo, distribuição de receitas petrolíferas e o estabelecimento de um referendo sobre a autodeterminação do Sul do Sudão. 

 

É importante sublinhar que o Sudão, o maior país africano, tem profundas divisões entre o Norte, maioritariamente muçulmano e próximo da cúpula política, e o Sul, cristão e animista e rico em petróleo, o terceiro produtor da África subsariana. 

 

Estas clivagens traduziram-se em violência ao longo das últimas duas décadas e discriminação, na maior parte dos casos imposta pelo regime de Cartum, resultando na morte de 1,5 milhão de pessoas, em muitos dos casos devido a fome e a doença.

 

A realidade do Sudão vista pela BBC NEWS

 

Map showing infant Mortality in Sudan, source: Sudan household health survey 2006

The health inequalities in Sudan are illustrated by infant mortality rates. In Southern Sudan, one in 10 children die before their first birthday. Whereas in the more developed northern states, such as Gezira and White Nile, half of those children would be expected to survive.

 

Map showing percentage of households using improved water and sanitation in Sudan, source: Sudan household health survey 2006

The gulf in water resources between north and south is stark. In Khartoum, River Nile, and Gezira states, two-thirds of people have access to piped drinking water and pit latrines. In the south, boreholes and unprotected wells are the main drinking sources. More than 80% of southerners have no toilet facilities whatsoever.

 

Map showing percentage of who complete primary school education in Sudan, source: Sudan household health survey 2006

Throughout Sudan, access to primary school education is strongly linked to household earnings. In the poorest parts of the south, less than 1% of children finish primary school. Whereas in the wealthier north, up to 50% of children complete primary level education.

 

Map showing percentage of households with poor food consumption in Sudan, source: Sudan household health survey 2006

Conflict and poverty are the main causes of food insecurity in Sudan. The residents of war-affected Darfur and Southern Sudan are still greatly dependent on food aid. Far more than in northern states, which tend to be wealthier, more urbanised and less reliant on agriculture.

 

Map showing position of oilfileds in Sudan, source: Drilling info international

Sudan exports billions of dollars of oil per year. Southern states produce more than 80% of it, but receive only 50% of the revenue, exacerbating tensions with the north. The oil-rich border region of Abyei is to hold a separate vote on whether to join the north or the south.

 

Mais uma guerra civil iminente em África?

Alexandre Guerra, 05.01.11

 

 

 

Estará África na iminência de uma nova guerra civil? Os observadores internacionais no terreno, como o senador John Kerry, presidente do comité dos Negócios Estrangeiros do Senado dos Estados Unidos, acreditam que não. Estão confiantes que o referendo que se realiza no próximo Domingo no Sudão, e que irá decidir se o Sul daquele país se tornará numa nação independente, não terá consequências gravosas, estando neste momento todo o processo a decorrer sem problemas.

 

A CNN, no entanto, e inspirada na longa tradição africana de conflitos internos, colocava as coisas de uma forma mais prática ao dizer que o resultado deste referendo ou institui o mais recente Estado da comunidade internacional ou acaba em guerra civil. Atendendo ao historial do Sudão e ao comportamento da sua cúpula político-militar nos últimos anos, o Diplomata só pode concordar com aquela observação.

 

Apesar do Presidente sudanês, Omar al-Bashir, ter ontem reiterado que irá acatar o resultado do referendo, seja ele qual for, o Diplomata tem muitas dúvidas quanto à solidez destas palavras perante um cenário de secessão do Sul do território. O passado sangrento e violento de al-Bashir, seja em relação às populações do Sul ou da região de Darfur, perspectivam tudo menos um desfecho pacífico e tranquilo deste referendo.

 

Relembre-se que esta consulta popular resulta de um longo processo político e militar, que culminou nos acordos de paz de 2005, colocando o fim a duas décadas de conflito, e definiram várias linhas orientadoras estratégicas sobre o futuro do país, nomeadamente, partilha de governo, distribuição de receitas petrolíferas e o estabelecimento de um referendo sobre a autodeterminação do Sul do Sudão.

 

É importante sublinhar que o Sudão, o maior país africano, tem profundas divisões entre o Norte, maioritariamente muçulmano e próximo da cúpula política, e o Sul, cristão e animista e rico em petróleo, o terceiro produtor da África subsariana.

 

Estas clivagens traduziram-se em violência ao longo das últimas duas décadas e discriminação, na maior parte dos casos imposta pelo regime de Cartum, resultando na morte de duas milhões de pessoas, em muitos dos casos devido a fome e a doença.  

 

A propósito da acusação do Tribunal Penal Internacional contra Omar al-Bashir....

Alexandre Guerra, 06.03.09

 

Nicholas D. Kristof/The New York Times

 

A criança nesta fotografia chama-se Bakit Musa e tem oito anos. Vive no Chade junto ao inferno de Darfur. Nicholas D. Kristof, do New York Times, conheceu Bakit recentemente, e na sua habitual coluna de opinião do jornal nova-iorquino escrevia o seguinte: "When the International Criminal Court issued its arrest warrant for Sudan’s president on Wednesday, an 8-year-old boy named Bakit Musa would have clapped — if only he still had hands."

 

As mãos de Bakit Musa não se foram num infeliz acidente ou por causa de doença ou de uma deficiência de nascença, mas sim porque rebentaram literalmente quando ele e um amigo brincavam com um granada encontrada na região do Chade onde vive.

 

Uma granada trazida do Darfur para o Chade durante uma das incursões das forças sudanesas naquele país. Este é apenas um dos muitos crimes de guerra e contra a humanidade pelos quais o Presidente sudanês Omar al-Bashir é agora acusado pelo Tribunal Penal Internacional.

 

A estes crimes o Presidente sudanês prepara-se para juntar outros tantos, tendo ontem ordenado a expulsão de todas as organizações humanitárias do Darfur, naquilo que Kristof classificou como mais um crime contra a humanidade. Sem o apoio daquelas organizações, o povo do Darfur estará condenado a morrer.

 

Perante a decisão do TPI, e apoiada pela chamada comunidade internacional, será agora interesssante vislumbrar a reacção das grandes potências, nomeadamente dos Estados Unidos e da União Europeia face à deterioração anunciada das condições já precárias das milhares de pessoas que vão morrendo nas areias do Darfur. 

 

O secretário-geral das Nações Ban Ki-moon apelou ao regime de Cartum para recuar na sua decisão, alegando que a mesma terá consequências irreparáveis nos esforços humanitários que têm sido feitos na região. 

 

Omar al-Bashir pouco importância dará às palavras de Ban Ki-moon, indo certamente explorar as divergências de alguns Estados face ao estatuto do TPI. A Liga Árabe e a União Africana, por exemplo, já pediram à ONU para adiar durante um ano o mandado de captura do Presidente do Sudão, referindo que tal processo poderá colocar em causa as tentativas de trazer estabilidade àquela região.