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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

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O mentor e o protegido

Alexandre Guerra, 20.04.15

 

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Jeb Bush (esq.) cumprimenta Marc Rubio (dir.)/Foto: Politico 

 

Tal como em Portugal, as presidenciais começam a agitar (e de que maneira) o panorama político nos Estados Unidos. É verdade que falta ainda muito para a contenda de Novembro de 2016, que dará acesso à Casa Branca, mas, o processo de primárias, que caracteriza o sistema eleitoral por terras do "Tio Sam", impõe que os interessados à presidência se comecem a apresentar a mais de um ano e meio das eleições.

 

Se as coisas estão mais calmas para os lados do Partido Democrata -- depois do avanço, mais que esperado, de Hillary Clinton, sendo a única, até ao momento, a chegar-se à frente --, já no campo republicano, o combate está aceso, com vários candidatos assumidos à corrida e já com uma novidade. "Sparks are going to fly. For the first time in our country's history you've got two guys from the same town in the same state from same party running in the same primary", observou Al Cardenas à Associated Press, referindo-se ao embate entre Jeb Bush (62), de quem é assessor, e Marc Rubio (43), de quem é próximo.

 

Jeb e Rubio são de Miami, desde sempre aliados e politicamente muito próximos. Aliás, Jeb, que já foi governador da FLorida, sempre viu em Rubi um "protegido" seu. 

 

Se, por um lado, os dois candidatos têm evitado críticas mútuas em público, é também verdade que os apoiantes de ambos lados já começaram as típicas movimentações hostis de campanha. Vai ser um combate interesse de seguir, até porque tanto Jeb Bush como Marc Rubio são dois candidatos muito fortes do lado republicano.

 

Um aparente contra-senso

Alexandre Guerra, 28.02.15

 

O sistema eleitoral americano pode gerar resultados que podem ser vistos como um contra-senso. E isso deve-se ao modelo de grandes eleitores na eleição presidencial, no qual os eleitores começam por votar nas primárias dos partidos para atribuírem delegados afectos a um determinado candidato e, assim, ser nomeado para disputar uma eleição.

 

Ao ler uma passagem do livro "The Audacity to Win", de David Plouffe, director de campanha presidencial de Barack Obama em 2008, percebe-se que nem sempre uma derrota em votos significa uma derrota. Confuso? Nem tanto.

 

Depois de Obama ter ganho as primárias no Iowa e ter perdido, dias depois, em New Hampshire, logo no início de 2008, o palco que se seguia era o Nevada, onde uma derrota era quase certa contra a outra candidata democrata, Hillary Clinton. Mas, na noite das eleições, e com os resultados a darem 51 por cento para Clinton e 45 para Obama, Jeff Berman, coordenador regional da campanha deste último no Nevada, entra na sala onde estava o staff e, segundo Plouffe, estava mais contente do que aquilo que seria de esperar, tendo em conta os resultados conhecidos.

 

"I think we might have won more delegates than Clinton", disse Berman.

 

"Why, because we were more balanced statewide?", perguntou Plouffe.

 

"Yep", respondeu Berman.

 

De um momento para o outro, em contraponto à tristeza da derrota dos votos, a equipa de Obama pôde festejar pela vitória dos delegados ganhos.