Roubini diz que o País só sairá da recessão em 2013, o que até poderá ser uma boa notícia
Nouriel Roubini, esta Quarta-feira, nas Conferências do Estoril
A vida tem destas coisas e quem diria que Nouriel Roubini, um dos homens mais aguardados no Estoril, e de quem o Jorge Nascimento Rodrigues já aqui falou, iria discursar no mesmo dia em que os portugueses ficaram a conhecer a “receita amaldiçoada” do FMI e companhia.
Por mais pessimista que Roubini quisesse ser, fazendo jus à sua reputação, estaria sempre condenado ao fracasso, uma vez que nesta altura do campeonato já poucas coisas deverão impressionar os portugueses em matéria de más notícias.
Até no tema da sua conferência, “A Crise Financeira Internacional e a Zona Euro”, Roubini poderá não ter tido a melhor das sortes, porque sobre estas matérias, é muito provável que a maioria dos portugueses já tenha um doutoramento.
Seja como for, Roubini lá disse que “a globalização começou há 500 anos aqui em Portugal”, sublinhando que actualmente o grande problema do País é o seu crescimento.
Roubini sublinhou ainda que há problemas específicos na zona euro que atingem Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda e Itália, embora cada um destes países viva realidades diferentes. Em comum têm os elevados défices orçamentais face a políticas fiscais ineficazes para a sua diminuição.
Aquele economista revelou ainda que a melhor forma de Portugal resolver o problema da dívida é o crescimento económico. E, em jeito de premonição, Roubini disse que Portugal só deverá sair da recessão em 2013, o que provavelmente até é uma boa notícia para muitos portugueses, já que a maioria acha que o País vai estar condenado durante muitos e largos anos.
Texto publicado originalmente em Cables from Estoril.