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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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Farage e o Movimento 5 Estrelas

Alexandre Guerra, 21.05.19

 

A revista The Economist relembrava esta semana que Nigel Farage tem sido um dos políticos mais influentes no Reino Unido, mesmo sem nunca se ter sentado na Câmara dos Comuns. Ao reforçar a popularidade do UKIP, acabou por “obrigar” David Cameron a convocar um referendo, que viria a ter o desfecho que se conhece. Pode dizer-se que a campanha do UKIP alcançou os seus objectivos. Mas, apesar do sucesso e depois de ter estado 25 anos naquele partido, Farage decidiu abandoná-lo para fundar o Brexit. Resultado? O novo partido aparece à frente nas sondagens para as eleições de Domingo.

 

Há quem diga que este novo partido é uma “cópia” do Movimento 5 Estrelas de Beppe Grilo em Itália. É pelo menos esta a opinião de Arron Banks, um dos colaboradores mais próximos de Farage. Seja como for, Farage nunca escondeu o seu fascínio pelo fenómeno do Movimento 5 Estrelas, sobretudo pela forma como irrompeu no sistema político, quebrando com os paradigmas tradicionais e apostando em novos modelos e formatos. O The Guardian desenvolve este tema num excelente trabalho merecedor de uma leitura atenta.

 

O populismo de Farage no seu melhor estilo

Alexandre Guerra, 08.07.14

 

Nigel Farage/Foto:The Guardian/Zuma/Rex Features

 

Parece que Tony Blair tinha razão, quando há umas semanas disse que à medida que os britânicos fossem conhecendo melhor Nigel Farage iriam começar a descobrir coisas desagradáveis sobre o líder do UKIP, partido que defende a saída do Reino Unido da União Europeia. 

 

Naquilo que muitos podem ver como demagogia e populismo no seu estado mais puro, Farage defendeu esta Terça-feira que, caso o Reino Unido deixe a UE, os deputados britânicos deviam passar a ganhar mais nos seus vencimentos, entre 90 mil a 100 mil libras anuais. Diz Farage, que os membros do Parlamento passariam a ter mais responsabilidades, porque seriam os únicos legisladores, deixando de partilhar esse papel com Bruxelas.

 

É uma forma curiosa de Farage colocar as coisas, mas só pode ser interpretada como uma das primeiras medidas propagandísticas no apelo ao voto pela saída do Reino Unido da UE no referendo in/out que se realizará em 2017.

 

Farage desafia Labour e Tories com "namoro" ao eleitorado feminino

Alexandre Guerra, 28.02.14

 

Nigel Farage, líder do UKIP

 

Com as eleiçoes europeias praticamente "à porta" e motivado por alguns sucessos eleitorais recentes, o UKIP (UK Independence Party) parece estar cada vez mais confiante num bom resultado a 25 de Maio. Quem o diz é o seu líder Nigel Farage, que acredita que o UKIP representa "agora a maior ameaça ao 'establishment' político [britânico] dos tempos modernos".

 

É uma afirmação arrojada, mas não totalmente despojada de argumentos válidos, porque as sondagens (e os resultados) demonstram que aquele partido tem vindo a ganhar apoio a nível nacional. Será o suficiente para se meter no meio do Labour e dos Tories? Isso se verá no dia 25 de Maio.

 

Uma coisa é certa, o UKIP tem apostado em temas mobilizadores, embora, por vezes, de forma bastante demagógica (tão do agrado do eleitorado). A mais recente cartada é dirigida às mulheres. Num "piscar de olhos" ao eleitorado feminino, Farage disse que uma das maiores mudanças no UKIP tem sido a ascensão das mulheres no seio do partido. "There are women candidates at number one and number two on the [European elections] lists", disse Farage.  E foi inteligente na sua abordagem ao valorizar o mérito daquelas mulheres em detrimento da lógica de quotas (um mecanismo politicamente correcto, mas redutor da condição feminina na sociedade, diz o Diplomata).