Conseguirá Cristina deixar o "Kirchnerismo" como legado?
Na Argentina está a chegar ao fim mais uma dinastia política. Depois do "Peronismo" nos anos 40/50 e 70, agora é a vez do "Kirchnerismo" começar a arrumar-se no arquivo da história política daquele país da América do Sul. No próximo Domingo, os argentinos vão às urnas para escolher um novo Presidente, que tomará posse a 10 de Dezembro, o dia em que formalmente Cristina Fernández de Kirchner terminará o seu segundo mandato. Aliás, foi precisamente nesse mesmo dia, mas do ano de 2007, que tomou posse pela primeira vez, após ter vencido as eleições à primeira volta com uma margem considerável. Kirchner tornava-se na primeira mulher a ser eleita para a presidência, mas desde 2003 que estava habituada aos corredores do poder, na qualidade de Primeira Dama do já falecido Presidente Néstor Kirchner, que ocupou a chefia do Estado entre 2003 e 2007.
Durante 12 anos os Kirchner dominaram a política da Argentina e a verdade é que, provavelmente, se Cristina Fernández pudesse constitucionalmente concorrer a um terceiro mandato, o mais certo seria vencer. Tal como aconteceu com o "Peronismo", personificado em Juán Perón e potenciado pela endeusada Evita, também Cristina Fernández quer deixar o seu legado político e do falecido marido. O "Kirchenismo" é já um conceito aceite pela imprensa e elites, mas talvez ainda seja cedo para se prognosticar a sua longevidade e influência no futuro político da Argentina.