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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

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Para quê aturar os senhores do FMI?

Alexandre Guerra, 30.01.15

 

Até se percebe por que é que novo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, se recusa a reunir com a "troika" (Comissão, BCE e FMI) para renegociar a dívida. Além de não a considerar uma entidade legítima para tal, Atenas diz que quer apenas negociar com a UE, que, para todos os efeitos, detém 66 por cento da dívida grega. O FMI tem apenas 10 por cento e o restante está disperso por outras entidades. Perante isto, para quê aturar os senhores do FMI?

 

Como é possível tanta insensatez?

Alexandre Guerra, 17.03.13
  • Depositors with under 100,000 euros deposited must pay 6.75%
  • Those with more than 100,000 in their accounts must pay 9.9%
  • Depositors will be compensated with the equivalent amount in shares in their banks
  • The levy is a one-off measure

Medidas impostas (e anunciadas de surpresa) pela União Europeia e pelo FMI ao Chipre. Como é possível tanta insensatez?

 

Além de poderosa, Lagarde precisa de ser sedutora para se impor no mundo financeiro

Alexandre Guerra, 17.07.11

 

Foto: Martin Bureau/Getty Images/The Observar

 

Christine Lagarde assumiu recentemente a liderança do FMI e com isso tornou-se uma das mulheres mais poderosas do mundo. Esta fotografia, em que se vê Paris aos "pés" de Lagarde, enquanto esta aguarda serenamente no heliporto do Ministério das Finanças francês, faz parte de um processo de construção de imagem de uma mulher que, além de poderosa e temida, quer-se também sofisticada, envolvente e sedutora. Só assim Lagarde conseguirá impor-se no implacável mundo financeiro, que é dominado sobretudo por homens.

 

A fotografia em causa foi publicada este Domingo no The Observer, para ilustrar um artigo no qual se tenta dar resposta à pergunta se Lagarde é a mulher mais sexy e poderosa do mundo.

 

Mulheres, a irresistível tentação de Dominique Strauss-Khan e de Paul Wolfowitz

Alexandre Guerra, 18.05.11

 

 

 

Talvez poucos tenham pensado nisso, mas as piores crises que assolaram duas das principais organizações internacionais erigidas sobre os escombros da II Guerra Mundial, tiveram na sua origem escândalos que envolveram os seus líderes máximos com mulheres.

 

No passado Sábado, o director geral do FMI, Dominique Strauss-Khan, foi detido em Nova Iorque sob a acusação de agressão sexual contra uma empregada de hotel, uma notícia que caiu que nem uma bomba em todo o mundo, com repercussões particularmente avassaladoras em França. Mas, sobre este assunto não vale a pena o Diplomata acrescentar uma única palavra, tal é a enxurrada de notícias sobre o tema.

 

O que já está esquecido e que tem sido pouco mencionado, com algumas excepções na imprensa internacional, foi o escândalo que assolou o Banco Mundial em 2007, quando o seu director Paul Wolfowtiz, um dos grandes “falcões” da administração do Presidente George W. Bush e um dos principais rostos “neoconservadores”, foi obrigado a demitir-se sob a acusação de ter favorecido ilicitamente a sua namorada, Shaha Riza, também ela funcionária daquela instituição.

 

Wolfowitz, que assumira a presidência do Banco Mundial em 2005, promoveu e aumentou o ordenado de Riza muito acima do que seria normal para os padrões da organização, naquilo que foi visto como uma clara violação das suas normas éticas.

 

Este escândalo, ao qual se juntaram outros casos polémicos na gestão de Wolfowtiz à frente do Banco Mundial, foi suficiente para derrubar um dos principais obreiros da intervenção americana no Iraque.

 

Tal como em Lisboa, também os senhores do FMI andam em Cabul a passar receitas

Alexandre Guerra, 20.04.11

 

 

A notícia que o Diplomata aqui dá conta passaria despercebida noutro contexto, já que relata apenas mais um caso de corrupção no Afeganistão, reflectindo o autêntico desgoverno que reina no país, estando com enormes dificuldades para erigir um poder central forte. Mas, ao ler os contornos mais detalhados de toda a situação, é com ironia que se estabelece uma "ponte" entre Cabul e Lisboa.

 

Recentemente foi posto a descoberto um escândalo no Kabul Bank, a maior instituição privada financeira do país, que tinha como alguns dos seus principais accionistas altas personalidades políticas afegãs. Veio-se a descobrir que aquela instituição emprestou avultadas quantias de dinheiro aos seus próprios accionistas, a maior parte de um bolo de 579 milhões, naquilo que os analistas classificaram de “bad loans”, começando aqui uma primeira analogia com Lisboa, mais concretamente com o caso do BPN.

 

Perante esta situação, as autoridades governamentais afegãs foram obrigadas a encontrar uma solução, tendo o Banco Central daquele país anunciado esta Quarta-feira em conferência de imprensa que o Kabul Bank vai ser separado em duas instituições: uma para lidar com a parte legítima do negócio e a outra para gerir a crise dos “bad loans”.

 

Agora vem mais um episódio que remete para a triste situação que se vive em Portugal. Com aquela decisão, Cabul espera sossegar os investidores, as entidades financeiras internacionais e os doadores ocidentais.

 

Porém, isso não vai chegar, tendo as medidas anunciadas por Cabul sido recebidas com alguma cautela. Para as instâncias ocidentais, em particular para os doadores, o que a verdadeiramente as sossega é mesmo é a revisão do programa do FMI naquele país. No âmbito deste processo, o FMI já passou algumas receitas.

 

Mas, se para as instâncias financeiras internacionais a presença do FMI em Portugal representa a falência do sistema de gestão das contas públicas, remetendo o país para o “lixo”, já para os doadores internacionais a intromissão do Fundo no Afeganistão é sinónimo de confiança, de que a sua “economy is relatively sound” (citado pelo New York Times para evitar más interpretações).

 

Ora, o Diplomata reconhece com desportivismo que a comparação aqui feita ou, se o leitor preferir, a "ponte" construída não é intelectualmente honesta, porque são óbvios os diferentes estádios de desenvolvimento do sistema económico dos dois países, mas não deixa de ser irónico constatar estas diferentes perspectivas relativamente à intervenção do FMI em diferentes Estados.

 

Em Janeiro, as estimativas do FMI para 2009 eram más... agora são péssimas

Alexandre Guerra, 22.04.09

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as perspectivas de evolução da economia para este ano. O cenário estimado prevê um aprofundamento da recessão global para 1,3 por cento, contrariando a já má previsão de crescimento tímido de 0,5 avançada em Janeiro.

 

Com estes valores negativos, o mundo enfrenta pela primeira vez desde a II Guerra Mundial uma verdadeira recessão global.  O gráfico em baixo é bastante elucidativo sobre o comportamento das economias das principais potências mundiais.

 

 

IMF forecasts

 

O FMI revela, no entanto, que existem possibilidades de haver uma recuperação ligeira em 2010, caso os países optem pelas políticas económicas mais adequadas.

 

Os números avançados pelo FMI podem ser lidos em detalhe no World Economic Outlook de Abril de 2009, no qual é feita uma análise minuciosa aos comportamentos e políticas económicas por país e por região.