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Fidel Castro pronunciou-se hoje no blogue do site do Governo Cuba Debate e no jornal Granma para estancar a especulação que se estava a criar sobre a eventual fragilidade do seu peso político em Cuba. Esta ideia começou a surgir depois de Raul Castro, chefe de Estado cubano desde 24 de Fevereiro de 2008, ter ontem afastado do Governo vários ministros próximos do seu histórico líder.
Foi uma verdadeira revolução no Executivo, suscitando de imediato a ideia de que Raul estaria a deixar a sua marca na governação, distanciando-se da influência de Fidel.
Perante este cenário, Fidel Castro não perdeu tempo em esclarecer os seus detractores de que todo o processo tinha sido realizado com o seu conhecimento. Acrescentou ainda que os homens substituídos nunca foram nomeados por si para os cargos dos quais agora foram afastados. Tais responsáveis foram sempre escolhidos pelos "companheiros da direcção do Partido e do Estado".
Mas, mais importante ainda é o facto de Fidel Castro criticar alguns dos governantes destituídos, nomeadamente Felipe Pérez Roque, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, e Carlos Lage, ex-secretário do comité executivo do Conselho de Ministros, acabando por dar justificações para o seu afastamento.
Phil Peters, especialista em assuntos cubanos do Lexington Institute da Virgínia, citado pela Reuters, disse que Raul estava a colocar homens da sua confiança em postos-chave. Apesar destas mudanças, Peters não perspectiva grandes implicações nas relações com os Estados Unidos.
No entanto, Bert Hoffmann, especialista da América Latina do German Institute of Global and Areas Studies em Hamburgo, ouvido pela mesma agência noticiosa, referiu que as escolhas de Raul Castro podem enviar "sinais de incerteza" quanto ao rumo que a economia cubana poderá tomar.