O F-22 Raptor faz a sua estreia em missões reais de combate nos céus da Síria
F-22 Raptor/Foto: Lockheed Martin
Uma das novidades da campanha militar norte-americana contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, segundo o jornal The Guardian, foi a estreia em combate do F-22 Raptor, o caça mais avançado e caro de sempre. Foi na passada Segunda-feira à noite que o Raptor sobrevoou os céus da Síria, com a sua capacidade "stealth" em combate, a possibilidade de voar a baixa altitude e, entre outras coisas, de conseguir alcançar a velocidade supersónica sem recorrer ao "afterburner (pós-combustão)".
Este F-22 é um caça de combate aéreo puro e, talvez por isso, todo o projecto que envolveu a sua criação e produção tenha estado envolvida em polémica, já que muitos se questionaram se seria este o caminho a seguir perante a ausência de missões reais de combate ar-ar nos dias hoje. Além disso, o seu elevado custo de venda, na ordem dos 160 milhões de dólares por unidade e a proibição de exportação daquele avião por uma questão de segurança nacional fizeram do F-22 um luxo insustentável para o Departamento de Defesa americano. Relembre-se que o F-22 Raptor, introduzido em 2005, foi desenvolvido pela Lockeed Martin e pela Boeing, e acabou por revelar-se um sorvedouro de dinheiro, tal como o Diplomata já tinha referido em 2012, tendo a sua produção terminado no final de 2011, com 187 caças. Estima-se que o projecto de desenvolvimento do F-22 tenha ficado nos 67 mil milhões de dólares.
O F-22 é o "state of the art" da aviação militar, nomeadamente na aviónica e nos sistemas de armas a bordo. Para Christopher Harmer, antigo piloto da Marinha e membro do Instituto para o Estudo da Guerra, a utilização do Raptor não é propriamente necessária, tendo em conta a presença de outros meios aéreos nos céus do Iraque e da Síria, tais como os F-16, os F-15 ou os bombardeiros B-1, e a inexistência de meios anti-aéreos avançados nas fileiras do Estado Islâmico.
O Raptor ficará, provavelmente, na história da aviação militar americana como um marco tecnológico, e pouco mais, já que a sua existência pouco acrescenta ao poderio aéreo dos Estados Unidos em termos militares, que continua a fazer-se valer de caças como os F-14, os F-15, os F-16 ou os F-18.