Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

It’s not the economy

Alexandre Guerra, 16.03.17

 

Na campanha presidencial de 1992 contra Bush pai, o staff de Bill Clinton tinha como uma das mensagens-chave a famosa expressão “the economy, stupid”, forjada pelo estratego James Carville (ex-CNN e actual FOX News). Mais tarde, quando esse conceito transbordou para a esfera pública, a frase foi usada e abusada ao longo dos anos na sua versão mundialmente conhecida: “It’s the economy, stupid”. Ainda hoje aquela expressão é utilizada vezes sem conta por comentadores e opinion makers nas suas colunas de jornais e revistas. A questão é que além daquela frase ser completamente datada, o seu conteúdo (que na verdade nunca terá sido bem interiorizado por muitos que ainda hoje a utilizam), pouco ou nenhum sentido faz nos dias que correm se olharmos com atenção para as realidades políticas e eleitorais de alguns países, nomeadamente os Estados Unidos ou o Reino Unido.

 

Na altura, o ainda governador do Arkansas colocou a economia como tema central da campanha, talvez não tanto pela questão do estado real dessa mesma economia americana (que embora não sendo famosa, não era dramática), mas porque, no fundo, Carville sabia que era necessário encontrar um factor de contraste evidente com o mandato de George H. W. Bush que, pela força das circunstâncias, foi dominado pela política espectacular dos grandes acontecimentos mundiais e das grandes cimeiras. Para quem se recordará desses tempos ou tem algum conhecimento das relações internacionais, dificilmente encontrará um período da História recente tão “político”, interessante e entusiasmante como aquele que Bush pai viveu enquanto Presidente entre 1989 e 1993.

 

Foi aquilo a que os especialistas chamam de período de transição sistémica. Hoje é um assunto arrumado de que o século XX acabou ali. Para trás, ficaram décadas de Guerra Fria, onde a economia jamais tinha suplantado a política enquanto tema de campanha ou de topo de agenda mediática. Em quatro anos, e apesar dos problemas da economia dos EUA, o mundo assistia à morte do comunismo, à queda do Muro de Berlim, à implosão da União Soviética, às reformas na China, à primeira Guerra do Golfo, à intervenção americana no Panamá e na Somália, já para não falar na Guerra da Bósnia. Aliás, já antes, Ronald Reagan tinha ficado para a História como o homem que vencera a Guerra Fria.

 

Poder-se-á dizer que os acontecimentos de política externa pouco ou nada interessavam aos americanos perante as dificuldades que enfrentavam no seu dia-a-dia. Pois, mas a questão é que nem os problemas da economia americana eram assim tão dramáticos, como alguns desses acontecimentos internacionais entraram no quotidiano dos americanos de uma forma bastante intensa. Além disso, é preciso notar que a América já tinha vivido períodos bem mais difíceis em termos de economia em décadas anteriores, bastando referir, por exemplo, o processo de desindustrialização nos anos 70 e 80, nomeadamente no sector automóvel, com o surgimento da concorrência asiática.

 

A verdade é que olhando para os tempos de Guerra Fria não havia grande “espaço” para a prevalência da economia sobre a política na condução dos Estados e muito menos para os comentadores económicos e para as análises económicas híper-amplificadas nos media (os canais também eram diminutos, note-se). A política pura e dura dominava e os tempos que se viviam eram deveras muito interessantes. É certo que a partir do início dos anos 90, com o advento da globalização e com as teorias do Fim da História e outras, a política vai perdendo relevância para dar lugar à economia enquanto móbil da História. Os grandes líderes e estadistas foram desaparecendo e surgiram os tecnocratas ou os dirigentes orientados por critérios quantitativos. Começa-se a criar uma ideia (errada) de que a política acabou e as sociedades ocidentais entram num Fim de História, dominadas pelo capitalismo e democracias liberais.

 

A euforia durou até 11 de Setembro de 2001, que foi uma espécie de “wake up call”, mas foram precisos vários anos e muitos acontecimentos geopolíticos para se perceber que, afinal, o mundo está longe de ser “plano” e que a política impera naquilo que é a história dos Estados e as Relações Internacionais. Aliás, olhando para os fenómenos eleitorais mais recentes, com resultados que muitos consideraram de “protesto”, como foram os casos dos EUA, com a eleição de Trump, e do Reino Unido, com o referendo ao Brexit, constata-se que as motivações da maioria do eleitorado pouco ou nada tiveram a ver com economia, pelo menos numa lógica directa, já que ambos os países apresentam índices bastante satisfatórios nestas matérias, quer em crescimento do PIB, quer em taxa de desemprego.

 

Publicado originalmente no Delito de Opinião.

 

O que dirá Putin amanhã?

Alexandre Guerra, 17.12.14

 

Foram precisos alguns meses, mas as consequências do "cerco" económico e financeiro que a União Europeia e os Estados Unidos estão a fazer à Rússia sentem-se, finalmente, de forma estrondosa. Sobre o Presidente Vladimir Putin abate-se uma autêntica tempestade perfeita, que conjuga não apenas a fuga de capital estrangeiro e a desvalorização do rublo para níveis preocupantes, como também a queda acentuada do preço do petróleo, que obrigará o Kremlin a rever o orçamento para 2015, elaborado na premissa de que o barril de petróleo se situaria entre os 80 e 90 euros.

 

O discurso de Putin sobre o estado da Nação no passado dia 4 foi fraco e não trouxe quaisquer ideias para travar a espiral económica e financeira que o país atravessa. Entretanto, já passaram mais de duas semanas e os acontecimentos pioraram, o que vai obrigar Putin a reagir de forma veemente na mensagem a transmitir os cidadãos e aos agentes económicos. Por isso, é com expectativa que se aguarda o que vai dizer o Presidente na tradicional conferência de imprensa de Fim de Ano, agendada para esta Quinta-feira. 

 

Clima económico degrada-se na Rússia e investidores abandonam o país

Alexandre Guerra, 05.11.14

 

Os investidores internacionais estão a abandonar a Rússia e já retiraram daquele país 75 mil milhões de dólares só no primeiro semestre deste ano. A crise na Ucrânia e as consequentes sanções económicas impostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos estão a contribuir para a degradação do clima económico e de confiança.

 

Desde o início do ano que o rublo desvalorizou 20 por cento. Os principais motores económicos russos já estão a sofrer o impacto da redução de investimento e torna-se cada vez mais difícil o acesso a material tecnológico para o sector da energia. Os preços dos alimentos estão a subir, nomeadamente da carne e dos vegetais, enquanto o turismo vai-se ressentindo de forma acentuada, ao ponto de já ter levado à falência dezenas de operadores durante este Verão.

 

A queda do preço do petróleo está a agravar a conjuntura interna e o equilíbrio orçamental.    

 

Para colmatar a ausência de liquidez nos cofres do Estado, o Governo já se apropriou de partes de alguns fundos de pensões por modo a injectar capital em empresas estatais. Por sua vez, o Banco Central russo, só no passado mês de Outubro, despendeu 3,2 mil milhões de dólares em “forex interventions” para travar desvalorização do rublo.

 

Com a previsão de um crescimento praticamente nulo para este ano, os analistas estimam que a Rússia possa entrar já num período de recessão ainda último trimestre deste ano. No entanto, é pouco provável que o Presidente Vladimir Putin altere a sua política a curto prazo, valendo-se das altas taxas de aprovação junto da opinião pública.

 

A degradação do clima económico e de negócios manter-se-á nos próximos tempos, agravado pela perseguição política que o Presidente Vladimir Putin mantém contra a elite empresarial do país. Vladimir Yevtushenkov que, segundo a revista Forbes, é o 15º homem mais rico da Rússia, foi a mais recente vítima do Kremlin, tendo sido detido em meados de Setembro sob a acusação de lavagem de dinheiro. No entanto, a verdadeira razão, dizem algumas fontes, foi a recusa de Yevtushenkov ceder a sua participação na empresa petrolífera, Bashneft. Aquele magnata russo encontra-se neste momento em prisão domiciliária, pelo menos até 16 de Novembro.

 

Disparidades salariais

Alexandre Guerra, 11.09.13

 

A disparidade salarial entre classes sociais é um tema que tem vindo a ganhar protagonismo no debate das sociedades ocidentais, nomeadamente nos Estados Unidos. Não tanto pelo facto de existirem diferentes níveis de rendimento entre pessoas, mas sim, por causa do fosso cada vez maior entre o "um por cento" da população mais rica americana e os restantes estratos sociais.

 

A revista Fortune revelava num editorial recente que, em média, o rendimento das famílias americanas aumentou 62 por cento entre 1979 e 2007. Porém, o grupo restrito dos "um por cento" mais ricos viu os seus rendimentos aumentarem 275 por cento. Enquanto os 20 por cento mais pobres ficaram-se por um aumento de rendimentos na casa dos 18 por cento.

 

Vários factores ajudam a explicar esta disparidade, os quais não são objecto de análise neste texto. O importante aqui a realçar é o facto destas disparidades começaram a atingir um ponto em que prejudicam o acesso equitativo às oportunidades na sociedade americana. E este princípio tem sido basilar no "american way of life".

 

Alan Krueger, antigo conselheiro económico do Presidente Barack Obama, acredita que esta situação representa uma ameaça ao crescimento económico. Neste sentido, diz a Fortune que "grandes disparidades de rendimentos conduzem a uma fragmentação da sociedade". E qual então a solução?

 

É na resposta a esta pergunta que a Fortune surpreende, ao sugerir medidas que se esperariam vindas de qualquer orgão de comunicação social europeu, mas nunca de uma revista americana, ainda por cima especializada em economia. Andy Serwer, Managing Director da publicação, deixa a receita: acentuar a carga fiscal sobre os cidadãos mais ricos, elevar a taxação sobre os ganhos financeiros e aumentar o ordenado mínimo. 

 

Aquilo que Serwer escreve parece ter tanto de óbvio como de racional e lógico, mas mesmo assim é considerado uma heresia por uma parte considerável da elite política e social americana e por muitos cidadãos comuns do campo republicano.

 

O Irão e as sanções do Ocidente (3)

Alexandre Guerra, 04.09.12

 

Anúncio da Kia em Teerão

 

Já aqui se tinham escrito dois textos sobre a problemática das sanções impostas ao Irão pelos Estados Unidos e pela União Europeia, dedicando-se agora estas últimas linhas a uma perspectiva muito concreta e que poderá ajudar a compreender melhor alguma inconsistência e timidez na forma como a administração americana tem gerido esta política.

 

Como também já tinha aqui sido citada, Erin Burnett, jornalista da CNN, escreveu recentemente na Fortune que Washington é “duro” com Teerão, mas só às vezes. E dá uma explicação.

 

Acima de tudo é importante ter em consideração que uma política de sanções mais agressiva por parte de Washington iria afectar negativamente as exportações de crude iraniano, nomeadamente para a China. Noutras circunstâncias poderia ser uma “arma” muito útil para Washington, ao impossibilitar o Irão de escoar o seu recurso mais valioso.

 

Mas o problema começa aqui, já que a China é o principal importador do crude iraniano e qualquer medida mais radical dos Estados Unidos que pusesse em causa aquela relação comercial seria certamente do desagrado de Pequim, que, por acaso, é detentor de 1,17 biliões (trillion) de dólares da dívida americana.

 

Daí o autor destas linhas ter escrito no texto anterior que “para se perceber, em parte, esta realidade [das sanções] é preciso compreender o paradigma do actual sistema internacional, dominado por uma interdependência complexa muito acentuada, na qual os Estados Unidos estão totalmente emaranhados, tal e qual uma mosca numa teia de aranha”.

 

E nesta teia de interesses também a Coreia do Sul e o Japão são grandes importadores do crude iraniano. Por isso, qualquer embargo total imposto ao Irão iria reflectir-se dramaticamente naquelas economias asiáticas e iria provocar alguma crispação com Washington, algo que não será certamente do interesse da administração americana. Seul tem todo o interesse em manter boas relações com Teerão, tendo em conta a penetração naquele mercado de marcas sul coreanas como a Samsung, a Hyundai ou a Kia. Fontes da Samsung revelaram a Erin Burnett que a presença no mercado iraniano é bastante significativa.

 

Uma realidade que tem provocado alguma frustração nos círculos políticos em Washington, como o próprio David Cohen, o subsecretário do Tesouro para o terrorismo e “intelligence” financeira, acabou por reconhecer, ao ver companhias americanas como a Apple, a GM, a Dell ou a Ford impedidas de operar no Irão, enquanto as rivais sul-coreanas das indústrias automóvel e tecnológica estão bem presentes no mercado iraniano.

 

Texto publicado originalmente no Forte Apache.


Terá Paul Krugman andado na mesma escola que José Sócrates?

Alexandre Guerra, 02.01.12

 

Certamente que o leitor ainda estará recordado das declarações proferidas há umas semanas pelo ex-primeiro-ministro português, José Sócrates, sobre a questão da dívida, afirmando que a mesma não era para ser paga, mas para ser gerida, tendo em conta aquilo que tinha estudado.

 

Na altura, de quase todos os quadrantes, desde os políticos aos mais "iluminados" economistas e analistas, vieram as críticas e as manifestações de muitos que se sentiram ofendidos, como se de umas virgens de convento tratassem (neste caso, será mais apropriado em falar-se de virgens de seminário).  

 

Ontem, o reputado Paul Krugman veio literalmente dizer o mesmo num dos seus habituais artigos de opinião no New York Times, a propósito das implicações da dívida americana e da leitura enviesada que os políticos em Washington fazem da mesma: "First, families have to pay back their debt. Governments don’t — all they need to do is ensure that debt grows more slowly than their tax base." 

 

O Diplomata não trouxe até aqui este paralelismo de ideias com qualquer objectivo de "rebranding" político de José Sócrates, mas unicamente (e certamente que o leitor também concordará) pelo facto de tudo isto até ter uma certa piada.

 

O autor destas linhas confesa que aguarda ansiosamente pelos comentários dos tais políticos e "iluminados" economistas e analistas desta praça às palavras de Krugman.

 

Quando Kissinger fala sobre a China, talvez seja importante ouvi-lo com atenção

Alexandre Guerra, 28.06.11

 

 

Quando um homem como Henry Kissinger, de 88 anos, antigo secretário de Estado norte-americano, uma das figuras mais influentes nos “bastidores” do poder durante vários anos da Guerra Fria, se pronuncia sobre algo, talvez seja importante ouvi-lo com atenção. Sobretudo quando o tema está relacionado com a China.

 

No passado Sábado, durante o Second Global Think Tank Summit realizado em Pequim, Kissinger disse que a China, com a sua capacidade financeira e de expansão económica global, ganhou uma nova confiança para enfrentar a actual crise internacional.

 

Kissinger não tem dúvidas que foi graças ao crescimento sustentado da China e do seu impacto no sistema internacional que os efeitos da crise de 2008 não se fizeram sentir de forma ainda mais gravosa.

 

O antigo Prémio Nobel da Paz acrescentou ainda que, muito provavelmente, a China dentro de uma ou duas décadas será a maior economia mundial em termos de PIB.

 

Kissinger sublinha que qualquer reforma no sistema financeiro internacional deve ter em consideração o novo papel da China na economia mundial.

 

O segredo da Índia em tempo de crise

Alexandre Guerra, 25.07.09

 

Indianos a circular nas ruas de Bangalore

 

Do muito que se tem escrito sobre a actual crise internacional e das suas repercussões nos vários países, este autor leu recentemente uma análise bastante interessante na Newsweek a propósito do papel da Índia na actual conjuntura.
 
O texto é assinado por Arvind Subramanian, senior fellow do Peterson Institute for International Economics, e começa por fazer um enquadramento político na Índia, salientando a recente vitória do histórico Partido do Congresso nas eleições legislativas de Maio.
 
Subramanian observa que a Índia tem resistido à turbulência financeira e económica melhor do que outros países, nomeadamente do bloco BRIC, em particular a China. Tal deve-se ao facto da Índia nunca ter-se deslumbrado pelos mecanismos e modelos económicos e financeiros que tanto atraíram investidores em países como os Estados Unidos, a Inglaterra, a Alemanha, o Japão ou a China.
 
Não obstante, a Índia cresceu nos últimos cincos anos quase a uma média de 9 por cento ao ano, mas, segundo aquele investigador, sem correr os riscos que os Estados Unidos correram na área do “finance”, com a exposição aos produtos de alto risco, ou a sujeitar-se às fragilidades do mercado internacional como a China o fez no sector do “trade”, nomeadamente através da forte dependência nas exportações. Como refere Subramanian, a actual crise poderia ter acabado com o sonho indiano, mas não acabou.
 
A Índia evitou enquadrar o seu modelo de crescimento exclusivamente em estratégias extremas, fosse através de mecanismos financeiros complexos e altamente dependentes dos canais internacionais, fosse através de políticas económicas unicamente assentes nas exportações.
 
Segundo Subramanian, o segredo para a relativa estabilidade da Índia nos dias que correm deve-se em grande parte ao desempenho do primeiro-ministro, Manmohan Singh, nos últimos cinco anos, e agora reeleito.
 
Da religião sikh e nascido na zona ocidental do Punjab, Singh foi funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) e governador do Banco Central da Índia. A sua formação académica é de Oxford e de Cambridge. Com este passado percebe-se facilmente que Singh, além de dominar a teoria da economia internacional e dos mercados financeiros, tem igualmente uma experiência que certamente lhe está a ajudar na condução dos desígnios da maior democracia do mundo.
 
A verdade é que Índia vive hoje uma situação que lhe permite ter alguma folga nos cofres do Estado, assim como na capacidade de financiamento empresarial, tendo conseguido manter elevadas reservas em dólares.
 
Mesmo ao nível das exportações, a Índia não está a ser tão afectada como, por exemplo, os Estados Unidos ou a China. As exportações na Índia nunca contaram mais de 20 por cento da sua economia, contrastando com os 45 por cento da China. É certo que em tempos de bonança, este país acaba por beneficiar bastante mais que a Índia, mas no actual cenário de contracção, a vantagem está do lado da nação indiana.
 
Subramanian acredita que esta situação resulta de uma estratégia consciente de Singh. A quase maioria absoluta do Partido do Congresso obtida nas eleições legislativas de Maio pode ser o reconhecimento, por parte do povo, dessa mesma estratégia, ou seja: “(…) India never enjoyed the kind of benefits – such as greater efficiency and productivity leading to even higher growth – that big-bang reforms can deliver. But it did have the huge advantage of ensuring stability when conditions got rough."
 
Em jeito de metáfora, Subramanian acaba o seu texto a comparar a Índia ao “revolucionário” Nano, um automóvel de 2000 dólares, modesto e longe de ser “fancy”, mas um caso de sucesso.