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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Por detrás da farsa montada por "Scooter" Libby que conduziu à guerra no Iraque

Alexandre Guerra, 26.11.11

 

 

O leitor lembra-se do "Valeriegate"? Talvez o pior escândalo desde o "Watergate" e que chegou a ser referido pelo Diplomata em Março de 2007. Uma autêntica história de espionagem, com consequências directas na polítca externa norte-americana e na intervenção militar no Iraque.

 

Foi uma boa surpresa para o autor destas linhas descobrir que tinha sido feito um filme sobre este caso. "Fair Game", baseado no livro da própria Valerie Plame "Fair Game: My Life as a Spy, My Betrayal by the White House", foi lançado no ano passado e está bastante fiel às informações vindas a público na altura do escândalo.

 

O enredo está centrado na suposta "venda" de 500 quilos de urânio do Níger ao Iraque (algo que nunca aconteceu) e na aquisição por parte de Bagdad (que também nunca se concretizou) de tubos de alumínio que, supostamente, seriam usados para a construção de centrifugadoras, que serviriam para enriquecer aquele minério.

 

No filme, que conta com a participação de Sean Penn no papel do embaixador Jospeh Wilson e de Naomi Watts enquanto Valerie Plame, é interessante perceber-se as movimentações da Casa Branca, em particular dos homens do vice-presidente Dick Cheney, destacando-se o então seu chefe de Gabinete, Lewis "Scooter" Libby, figura central e maquiavélica na encenação do "caso" contra o Iraque. Perante a falsidade dos argumentos apresentados, a reacção do embaixador Wilson viria a ser fulcral para o espoletar do escândalo. 

 

Curiosamente, "Fair Game", um filme que terá passado despercebido ao grande público apesar de ter estado na competição oficial de Cannes no ano passado, é um bom testemunho dos contornos de uma fase específica da política externa americana durante a presidência de George W. Bush no que respeita à "guerra contra o terrorismo".

 

Será a tortura admissível se resultar no salvamento de pessoas? Cheney diz que sim

Alexandre Guerra, 21.04.09

 

 

O ex-vice-Presidente Dick Cheney criticou duramente Barack Obama por ter divulgado os memorandos secretos que permitiram aos operacionais da CIA utilizarem técnicas de tortura durante interrogatórios sobre alegados terroristas.

 

À FOX News, Cheney acusou o Presidente de estar a deturpar a realidade, ao mostrar aos americanos apenas uma "parte da história". Segundo o antigo número de dois de George W. Bush, Obama não revelou os outros tantos memorandos que demonstram o sucesso dos esforços feitos pelos homens da CIA.

 

"There are reports that show specifically what we gained as a result of this activity. They have not been declassified. I formally ask that they be declassified now" , sublinhou Cheney.

 

Embora a tortura seja algo condenável, sobretudo num país como os Estados Unidos que se assume como o baluarte da democracia e dos direitos humanos, Cheney suscita questões importantes quando interpretadas nos interesses do Estados. Aliás, já aqui o Diplomata tinha chamado atenção para esse facto.

 

É por isso importante reflectir um pouco nas palavras de Justin Webb da BBC News, que no seu blogue aborda o ponto essencial deste tema: "The real question - of course - is whether waterboarding is justified under any circumstances, including the rescue of thousands of lives, including, indeed, the saving of the world." Webb não dá a resposta, mas o desafio está lançado a todos os leitores.