Um voto com compaixão
Dean Heller, senador pelo estado do Nevada/Foto: Yuri Gripas/Reuters
O Daily Beast chama-lhe o último senador conservador com compaixão -- alusão ao conceito celebrizado pelo antigo Presidente George W. Bush, "compassionate conservative" --, depois de Dean Heller, membro republicano no Senado, ter desafiado a disciplina de voto do seu partido em prol dos interesses dos seus eleitores do estado do Nevada.
O episódio aconteceu há uns dias, durante a votação de uma "bill" no Senado, com vista à extensão por mais três meses de subsídios de apoio para desempregados de longa duração. O GOP opôs-se a este medida, mas Heller, juntamente com mais cinco colegas republicanos "dissidentes", apoiou a iniciativa dos democratas. A razão é simples: o estado do Nevada tem a maior taxa de desemprego dos Estados Unidos.
Com 9,3 por cento de desempregados no seu estado, Heller não podia ficar indiferente a uma "bill" que pretende atenuar o sofrimento de parte da população do Nevada. Além da responsabilidade política, é acima de tudo uma questão de princípio ético e moral. Sobretudo quando são as guerras intestinas no Congresso que conduziram a esta situação de emergência, ao deixar expirar um programa que tinha sido lançado, ironicamente, por George W. Bush. Chegou-se a um ponto em que os democratas e Heller preferem estender já a ajuda financeira e debater mais tarde a forma como será paga pelos cofres federais.
“Helping those in need should not be a partisan issue. Providing a limited social net is one of the responsibilities of the federal government. Unfortunately, instead of planning ahead and figuring the best way to do that, we are now forced to decide whether or not to reinstate these benefits after they’ve expired”, justificou Heller.
Ao contrário do que acontece muitas vezes na política, Heller colocou-se numa posição mais desconfortável dentro do seu partido em defesa dos interesses do círculo eleitoral pelo qual foi eleito. E é isso mesmo que os eleitores esperam dos seus representantes.