O "antes" e o "depois" da BP
Por razões profissionais (já que na altura era o consultor de comunicação da BP Portugal), acompanhei de perto o acidente da Deepwater Horizon e, por isso, tinha bastante curiosidade em ver este filme. Recordo que poucas horas depois do acidente, e com a sede em Londres ainda pouco consciente das repercussões de que aquela "crise" iria ter na companhia, eu poucas dúvidas tive dos milhares de milhões de dólares que a BP iria perder em processos judiciais e indemnizações. Já para não falar nos danos irreparáveis ao nível da sua reputação e imagem e que ficam bem vincados neste filme. Naquelas primeiras horas a seguir ao acidente, fiquei com a sensação de que a sede em Londres estava a subestimar o impacto do acidente e isso percebia-se pela forma como estavam a comunicar com as afiliadas. Da minha parte, e pela informação que chegava dos meios internacionais, já era previsível a dimensão catastrófica em termos ambientais, para além das vidas humanas perdidas. A BP talvez estivesse em negação de uma realidade que lhe iria levar quase à falência, sabendo já, provavelmente, que teria muitas responsabilidades nas origens do acidente. Sempre achei que a BP enquanto "marca", nome, iria desaparecer, mas nesse ponto enganei-me. De qualquer forma, para a companhia há claramente um "antes" e um "depois" do acidente da Deepwater Horizon.