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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Revitalizar o espírito dos descobrimentos para Portugal assumir liderança global

Alexandre Guerra, 22.06.09

 

 

Ao longo desta Segunda-feira o autor destas linhas teve o privilégio de ouvir Partha S. Ghosh (MIT), presidente e mentor da Boston Analytics e um dos mais reconhecidos estrategos e inovadores nos modelos de Gestão e de Economia.

 

Num primeiro momento, Ghosh deu uma entrevista ao Jornal de Negócios, falando num tom mais descontraído e explicando as possibilidades estratégicas de Portugal na economia global.

 

À tarde, na Culturgest, Partha S. Ghosh foi o orador convidado pelo Fórum de Administradores de Empresas (FAE) e pelo MIT Portugal para participar na conferência “Advancing the Promise of Portugal in the 21th Century: Towards a New Leadership Resolve”, com o apoio da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

 

Durante a sua apresentação, Partha S. Ghosh falou sobre as possibilidades e os desafios que se vislumbram para um país como Portugal. Mas, para que o futuro possa ser profícuo é necessário descobrir o próximo paradigma económico que conduza a um novo estado de consciencialização.

 

Partha S. Ghosh reflectiu sobre papel estratégico de Portugal nas dinâmicas globais emergentes. Referiu que para Portugal se colocar estrategicamente numa posição de liderança da Renascença Global, terá de revitalizar o espírito descobridor do séc. XV, promovido por aquele que foi o primeiro homem da globalização, Vasco da Gama.

 

Mas, neste mundo de Renascença global é preciso compreender a importância crescente do intelecto humano e ao mesmo tempo evitar-se modelos de pensamento linear. Só assim é possível, por exemplo, criar-se uma nova indústria ou uma nova relação com a natureza.

 

Além disso, Portugal tem que ser capaz de assegurar uma conectividade estratégica com o mundo através daquilo que lhe é distintivo e que lhe dá mais valor em relação aos outros países.

 

Partha S. Ghosh explicou ainda como é importante a criação de plataformas de crescimento em diferentes regiões de Portugal. Disse ainda que este país apresenta uma vantagem em relação a outros Estados, já que não é excessivamente grande, o que possibilita as mudanças de paradigma mais rapidamente, mas é grande o suficiente para ser um actor relevante no mundo global. 

 

Partha S. Ghosh é actualmente consultor em diversas organizações multinacionais e líder das consultoras Boston Analytics e Intersoft. Foi partner da McKinsey & Company e fundador da Partha S. Ghosh & Associates e tem vindo a cimentar a sua posição como analista e arquitecto de modelos e ferramentas financeiros para multinacionais e agências governamentais.

 

Ghosh é ainda particularmente activo nas academias norte-americanas MIT, Harvard University e Tufts University.

 

Ideias para a Europa debatidas em Maio na Alemanha com forte presença portuguesa

Alexandre Guerra, 27.04.09

 

“Ideas for Europe” é o lema de um congresso internacional que se vai realizar entre os dias 6 e 9 de Maio, na Universidade de Tecnologia de Chemnitz, Alemanha, e que terá uma forte presença portuguesa, a começar pela presidência do comité científico, assegurada pelo Professor Viriato Soromenho-Marques. Entre outros, estará também presente o filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço pela Universidade de Nice.
 
Um dos pressupostos que serve de base a esta conferência prende-se com as inúmeras “possibilidades intelectuais, culturais e políticas” que emergem no debate da construção europeia. É importante conhecer as mesmas de modo a poder conciliar-se a essência da Europa com as suas necessidades.
 
É por isso que durante este encontro estará sempre presente o binómio “Ideas of Europe/Ideas for Europe”. Nesta lógica, pode ler-se no texto de apresentação da conferência uma referência a uma “lecture” de José Ortega y Gasset, realizada em Munique a 29 de Setembro de 1953, intitulada de “Is there a European Consciousness?”
 
Esta pergunta surgiu porque Gasset sabia que não poderia haver uma verdadeira unificação ou integração europeia se a mesma não fosse acompanhada por uma certa partilha de uma consciência cultural comum.
 
Tal como o texto de apresentação sustenta, também não é de estranhar que em Fevereiro de 1992, aquando da assinatura do Tratado de Maastricht, o então presidente da Comissão Jacques Delors tenha avisado de que se a Europa não voltasse a ter uma “alma, uma dimensão espiritual, um significado verdadeiro”, então todo o processo de integração teria sido “tempo perdido”.
 
Delors, tal como Gasset, pertencem a uma escola que rejeita a visão exclusivamente funcional da Europa, devendo esta ir além de uma mera integração de economias e de políticas.
 
É necessário haver uma identidade cultural comum e que a promoção da mesma deverá ser não só da responsabilidade dos agentes políticos e das instituições, mas também das pessoas.   
 
A conferência tem o alto patrocínio da Comissão Europeia e será encerrada pelo seu presidente, Durão Barroso, que receberá ainda o grau de Doutor "Honoris Causa" pela Universidade de Tecnologia de Chemnitz.

 

Conferência polémica sobre o racismo omite Israel e Médio Oriente da declaração final

Alexandre Guerra, 20.04.09

 

Representantes de vários países estão hoje reunidos em Genebra para uma conferência contra o racismo promovida pelas Nações Unidas.

 

Sob forte polémica, tendo inclusive vários países boicotado o encontro como resposta à presença do Presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, espera-se que a declaração final seja de difícil consenso e que se materialize num documento inócuo. Para já, fica aqui o "draft" sem quaisquer referências a Israel ou ao Médio Oriente. 

 

Países da Benelux promovem conferência ministerial sobre o Processo de Bolonha

Alexandre Guerra, 07.04.09

 

Dez anos volvidos sobre a assinatura da Declaração de Bolonha, os ministros do ensino superior dos países europeus signatários irão reunir-se no dia 29 de Abril na antiga Universidade de Louvain, na Bélgica, para discutir a estratégia a ser adoptada na próxima década. 

 

A iniciativa foi promovida pelos responsáveis do ensino superior dos países Benelux, que convidaram todo os 46 países aderentes ao Processo de Bolonha para uma conferência ministerial. 

 

A grande novidade deste Bologna Policy Forum é o facto de reunir, pela primeira vez, os 46 signatários europeus com outros Estados de todo o mundo que manifestaram interesse em aprofundar a cooperação no âmbito das políticas do Process de Bolonha.

 

Por outro lado, também os países europeus revelaram vontade de promover um maior diálogo com os outros parceiros no resto do mundo, de modo a conhecer melhor os seus sistemas de ensino superior.