Manifestantes em confrontos com a polícia este Domingo por causa de uma homenagem a Pinochet/Foto: AFP
O Chile continua a ser um país dividido na relação com a sua História recente. As feridas provocadas pelos 17 anos de regime do General Augusto Pinochet continuam bem vivas e manifestam-se, por vezes, de forma violenta nas ruas chilenas.
Este Domingo, polícia e manifestantes confrontaram-se em Santiago do Chile, por causa de um acto de homenagem a Pinochet, que a 11 de Setembro de 1973 depôs o Presidente recém-eleito Salvador Allende, mantendo-se no poder até 1990. Segundo as estimativas do Governo chilento, sob o regime de Pinochet terão morrido mais de 3000 pessoas e cerca de 40 mil terão sido torturadas, presas ou obrigadas ao exílio.
Os manifestantes protestaram contra a exibição do documentário "Pinochet" no Teatro Caupolicán, que dizem ser uma glorificação do general. Os organizadores da iniciativa, por outro lado, disseram tratar-se de uma registo que pretende transmitir a verdadeira natureza de Pinochet, que nada tem a ver com a ideia criada pelos jornais, caracterizando-o como um ditador implacável.
Independentemente dos factos históricos que hoje já são conhecidos, na sociedade chilena continuam a coabitar duas visões em relação ao papel de Pinochet. Uns acreditam que ele foi um líder messiânico que salvou o país do comunismo, outros vêem no General um ditador assassino.