A carta de Churchill à mulher
No dia 28 de Julho de 1914, a Áustria declara guerra à Sérvia, dando início à IGM. Nessa noite, Churchill escreve uma carta à sua mulher Clementine:
"Minha mais querida e bonita, tudo tende para a catástrofe e o colapso. Sinto-me interessado, empenhado e feliz. Não é horrível ser assim constituído? Os preparativos têm para mim um detestável fascínio. Rezo a Deus que me perdoe por tão terrível pendor de ligeireza. E, no entanto, daria o meu melhor pela paz, e nada me inclinaria ao malefício do primeiro golpe -- não consigo sentir que carreguemos, nesta ilha, algum grau sério de responsabilidade pela vaga de loucura que varreu a mente da Cristandade [...]. Interrogava-me se não poderiam esses estúpidos Reis e Imperadores reconstituir e reanimar o real bom senso, salvando as nações do inferno, mas seguimos afinal todos à deriva numa espécie de sombrio transe cataléptico. Como se tudo fosse dirigido por outrem."
"Churchill - Caminhando com o Destino" Andrew Roberts (Texto Editores/Out.2019)