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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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A al-Shabab surpreende com ataque terrorista no Quénia

Alexandre Guerra, 23.09.13

 

Quase 70 mortos e mais de 170 feridos é o balanço, até ao momento, de um ataque terrorista feita no Sábado e que ainda se prolonga com reféns num centro comercial em Nairobi. De acordo com a informação disponível, o movimento somali al-Shabab estará por detrás do ataque, justificado como retaliação à intervenção do Quénia na Somália.

 

Caso se confirmem estas notícias, é a primeira vez que a al-Shabab actua fora da Somália com uma operação deste género, com reféns e durante vários dias. Para os intentos do movimento, este ataque assume particular importância, numa altura em que a al-Shabab vinha perdendo terreno na Somália.

 

Al-Shabab perde o principal bastião

Alexandre Guerra, 29.09.12

 

De África é raro virem boas notícias no que diz respeito a operações militares, mas da Somália surgem informações positivas a dar conta de avanços consideráveis no terreno por parte dos soldados quenianos da União Africana (UA) contra posições do movimento islamista al-Shabab. Uma contra-ofensiva que conta com o apoio de forças governamentais somalis e que dura há alguns meses com o objectivo de recuperar parte do território da Somália, sob controlo da al-Shabab.


Nos últimos meses, este movimento perdeu várias cidades importantes, tais como Afmadow, Baidoa e Afgoye. Em Julho último, o Exército somali anunciara a intenção de fazer novas reconquistas. 


Na altura, o Diplomata escreveu que a grande questão era "saber se a operação militar que está em curso é sustentável no tempo em termos de meios logísticos e se terá capacidade para uma acção a médio a longo prazo, porque dificilmente o al-Shabab abdicará tão facilmente dos seus outros bastiões".


Pois esta Sexta-feira os soldados da UA fizeram cair Kismayo, o maior bastião da al-Shabab. De acordo com os relatos, os terroristas daquele movimento ofereceram resistência, mas acabaram por abandonar a cidade, cinco anos depois de a terem tomado.


Apesar destes avanços, parte do território somali ainda continua controlado pelos islamistas.

 

Al-Shabab perde mais território perante contra-ofensiva da UA e das tropas somalis

Alexandre Guerra, 12.07.12

 

Depois de há umas semanas as Forças da União Africana (UA), com a ajuda de soldados governamentais somalis, terem capturado a cidade de Afmadow, até então nas mãos dos radicais islamistas do al-Shabab, como foi aqui referido pelo Diplomata, agora foi a vez de ter caído uma das principais bases de treino daquela filial da al-Qaeda.

 

Segundo fontes do Exército somali à BBC, os militantes do al-Shabab abandonaram o campo de treino Lanta-Burio, 40 quilómetros a oeste do Mogadishu, sem oferecer resistência. O mesmo tinha acontecido aquando da retirada de Afmadow, com os soldados da UA a não encontrarem qualquer problema.

 

Neste momento parece estar em curso uma contra-ofensiva da força da UA, no início do ano reforçada para 18 mil homens, e dos soldados governamentais somalis para recuperarem parte do território da Somália, sob controlo da al-Shabab. Nos últimos meses, este movimento perdeu várias cidades importantes, tais como a já aqui falada Afmadow, Baidoa e Afgoye. O Exército somali já anunciou, entretanto, o próximo alvo: a cidade costeira de Merka.

 

As questões que se colocam agora é saber se a operação militar que está em curso é sustentável no tempo em termos de meios logísticos e se terá capacidade para uma acção a médio a longo prazo, porque dificilmente o al-Shabab abdicará tão facilmente dos seus outros bastiões.

    

Al-Shabab e a al-Qaeda anunciam fusão há muito prevista

Alexandre Guerra, 12.02.12

 

O movimento al-Shabab na Somália foi referido pela primeira vez pelo Diplomata a 1 de Maio de 2008 e na altura foi descrito como "uma espécie de filial da al-Qaeda" naquele país do Corno de África. Meses depois o assunto voltou a ser mencionado neste espaço.

 

Ontem, segundo a BBC News, o al-Shabab e a al-Qaeda, através de um vídeo conjunto, anunciaram formalmente a sua fusão.

 

A Somália e a caminhada pelo reino da anarquia

Alexandre Guerra, 18.05.09

 

 

Membros do al-Shabab em actividade na Somália/EPA

 

A Somália continua a viver o seu quotidiano num autêntico ambiente de anarquia. Através de alguns meios internacionais, o autor destas linhas ficou a saber que alguns dos islamistas radicais, que em Janeiro de 2007 tinham sido derrotados por uma coligação de forças governamentais somalis e etíopes, voltaram a ocupar uma cidade naquele país.

 

O grupo al-Shabab -- um dos herdeiros da União dos Tribunais Islâmicos (UIC), que em Junho de 2006 tomaram Mogadishu, alastrando a sua conquista a grande parte do território da Somália até serem derrotados há pouco mais de dois anos -- conquistou Jowar, uma importante cidade a norte da capital somali.

 

Há várias semanas que os combates se intensificaram, obrigando as forças governamentais a recuarem novamente, confinando o controlo político a um pequeno espaço de Mogadishu e à cidade fronteiriça de El Berde . Com a saída dos soldados etíopes o Governo conta apenas com o apoio dos soldados da União Africana (UA).

 

Não é por isso de estranhar, embora seja um pedido invulgar aos olhos de qualquer cidadão de um país minimamente estável, que o ministro do Interior da Somália, Farhan Mohamoud, citado pela al-Jazeera, tenha exortado a comunidade de Jowar a ripostar contra os "invasores".

 

A cidade de Jowar é de extrema importância estratégica, sobretudo nesta altura de chuvas, já que é a única passagem para o centro da Somália para quem vem de Mogadishu. Além disso, esta cidade tem um valor simbólico, porque albergou o Governo transitório em 2005 e é a terra natal do Presidente Sheikh Sharif Sheikh Ahmed.

 

Além de ter conquistado Jowar, o grupo al-Shabab, ao qual o Diplomata já tinha feito referência em Agosto do ano passado, tem feito violentos ataques de morteiro em Mogadishu. Quanto ao resto do território continua controlado por milícias de "senhores da guerra", alguns deles aliados do Governo.

 

Os mais recententes acontecimentos apenas confirmam a tristemente distinção atribuída à Somália no ano passado, de Estado mais instável do mundo. Por este andar, será um galardão a repetir em 2009.