Atentado suicida em Kut, 160 km a sudeste de Bagdad, provocou 19 mortos
Dias depois de Washington ter anunciado a retirada da última brigada de “combate” do Iraque, deixando no terreno cerca de 50 mil soldados com funções de apoio e de formação às forças iraquianas, mas também de contraterrorismo e protecção, a conjuntura naquele País mantém-se violenta, apesar do tom optimista veiculado pela administração americana e altos responsáveis militares sobre a sua evolução.
Hoje, vários ataques coordenados em diferentes cidades iraquianas provocaram a morte de mais de 50 pessoas. As suspeitas recaem sobre a al-Qaeda, visto que só uma estrutura organizada conseguiria levar a cabo uma operação deste nível, com atentados em cidades de todo o País, muitos deles suicidas.
O porta-voz do Exército americano, o major general Stephen Lanza, classificou estes ataques como uma “tentativa desesperada” da al-Qaeda para minar os esforços das forças de segurança iraquianas. Declarações no mínimo ingénuas e falaciosas, porque a operação da al-Qaeda foi para além de uma mera “tentativa desesperada”.
Primeiro, tratou-se da concretização de um ataque que se materializou num elevado número de mortes, abalando claramente a confiança das estruturas de segurança e da sociedade em geral. Ou seja, algo mais do que uma “tentativa”.
Por outro lado, o Diplomata não concorda com a interpretação do major general Stephen Lanza quando este diz tratar-se de uma acção “desesperada” por parte da al-Qaeda, já que uma das ilações a retirar dos ataques de hoje é precisamente o seu elevado nível de organização e de amplitude.