No dia em que Nelson Mandela faria 100 anos, nunca é demais relembrar "I Wonder", que se transformou num hino para milhões de sul-africanos, que viram nas suas letras um autêntico grito de revolta contra o apartheid. O aclamado documentário "À Procura de Sugar Man" de 2013 foi à descoberta do seu autor, Rodriguez, um obscuro músico de ascendência mexicana da década de 70, totalmente desconhecido nos Estados Unidos, onde permaneceu "desaparecido" durante longos anos (tendo sido mesmo dado como morto), mas que, por circunstâncias extraordinárias, teve uma forte influência cultural e social no movimento de emancipação e de contra-corrente ao regime de apartheid que se vivia na África do Sul.
Aclamado pela crítica e vencedor do Óscar para melhor Documentário em 2013, "À Procura de Sugar Man" vai à descoberta de Rodriguez, um músico obscuro de ascendência mexicana da década de 70, totalmente desconhecido nos Estados Unidos, onde permaneceu "desaparecido" durante longos anos (tendo sido mesmo dado como morto), mas que, por circunstâncias extraordinárias, teve uma forte influência cultural e social no movimento de emancipação e de contra-corrente ao regime de apartheid que se vivia na África do Sul.
I Wonder, do álbum Cold Fact, transformou-se num hino para milhões de sul-africanos, que viram nas letras daquela música um autêntico grito de revolta.
Acabou de estrear no Tribeca Film Festival o filme The Bang Bang Club, um nome ouvido pelo autor destas linhas pela primeira vez há alguns anos e que simboliza o espírito de missão e de sacrifício dos verdadeiros repórteres de guerra.
Na altura, o Diplomata recorda que tinha um recorte de jornal colado na parede do quarto com uma fotografia que valia certamente por mil palavras e que abria uma janela para realidades dramáticas, nas quais os jornalistas de guerra podem às vezes ser eles as próprias vítimas.
Na tal fotografia via-se o fotojornalista João Silva a carregar em ombros e com esforço o corpo do seu colega Ken Oosterbroek, morto num fogo cruzado entre elementos da força de manutenção de paz e apoiantes do ANC na cidade sul-africana de Tokoza, a 18 de Abril de 1994.
Morria assim um dos quatro elementos do The Bang Bang Club que, além de Silva e de Oosterbroek, contava ainda com Kevin Carter e Greg Marinovich. Autênticos companheiros, destemidos repórteres de guerra que durante anos trouxeram ao mundo os horrores dos conflitos através das suas lentes.
Os quatros fotojornalistas cobriram a violência na África do Sul durante vários anos até 1994, ano das eleições que deram a vitória a Nelson Mandela e que puseram fim ao regime de Apartheid.
A violência e a pressão psicológica a que estiveram expostos, ao longo de quase toda uma vida profissional, e os acontecimentos dramáticos de Tokoza, acabaram por levar ao suicídio de Carter, logo em Julho de 1994.
Mais tarde, em 2000, Silva e Marinovich lançaram o livro The Bang Bang Club: Snapshots from a Hidden War, no qual os dois fotojornalistas espelharam as suas experiências, angústias e medos.
Mas, o sofrimento no seio do "clube" continuou, tendo João Silva, reputado fotojornalista no New York Times, sofrido um grave acidente no passado mês de Outubro, ao pisar uma mina durante uma patrulha de soldados americanos em Kandahar. Perdeu as duas pernas abaixo do joelho, estando actualmente a fazer trabalho de recuperação com próteses num hospital militar nos Estados Unidos.
Jacob Zuma, líder do ANC, será o novo Presidente da África do Sul, conseguindo quase 70 por cento dos votos, de acordo com a contagem feita até ao momento. Apesar dos votos ainda não estarem todos contabilizados, o ANC está à frente nas oite das nove províncias do país.
O acto eleitoral foi extremamente concorrido, com cerca de 80 por cento de participação, sendo a eleição mais competitiva desde o fim regime de apartheid há 15 anos.