O despacho...
"Perda de tempo? Esta foi a crítica dirigida contra a tomada de posse do XX Governo perante o Presidente de República, na passada sexta-feira, que aliás decorreu com clássica compostura. É uma crítica tipicamente terceiro-mundista. Esquece que é no Parlamento que cada deputado deve assumir posição face a um Governo da coligação que obteve o primeiro lugar nas eleições. E ignora Edmund Burke, para quem as boas maneiras e o respeito por regras gerais (em vez de comandos específicos) distinguiam as sociedades livres. O terceiro-mundismo, pelo contrário, vive da urgência dos objectivos a atingir. Essa é também uma das razões por que gera insegurança e… pobreza."
É um excerto retirado da coluna que habitualmente João Carlos Espada assina às segundas-feiras no jornal Público. Ao contrário de muitos (pseudo) defensores dos valores da democracia e das regras do sistema político e que rapidamente colocam tudo isso em causa na defesa dos seus interesses pessoais, João Carlos Espada, como liberal clássico que é, recupera a ideia basilar que sustenta as sociedades verdadeiramente livres e democráticas. É sempre bom relembrar estes princípios, perante a euforia de alguns actores do nosso sistema político que, sem qualquer hesitação, tentam arrepiar caminho na conquista do poder. Normalmente, isso nunca dá bom resultado.