Lições da História
Lá mais para o final do ano assinalam-se os 20 anos sobre o fim das barbáries que se cometeram nos Balcãs, nomeadamente na Bósnia Herzegovina. Uma violência sectária que a Europa julgaria nunca mais voltar a viver depois da II GM. Mas, enganou-se, e às portas do século XXI, o conflito na antiga Jugoslávia confrontou os europeus com uma realidade de terror. Na altura, os líderes europeus demoraram a reagir e a comunidade internacional acabou por intervir militarmente de uma forma tão incompetente, que os próprios capacetes azuis no terreno se tornaram no símbolo do cinismo e da incoerência da medidas tomadas nas chancelarias.Tudo isso foi estudado e bem documentado. Ninguém, pelo menos com responsabilidades de liderança e militares, pode dizer que não soube o que aconteceu.
Mas, olhando hoje para o que se está a passar na Ucrânia, o que acontece é que os líderes europeus, pelo menos aqueles que contam, não parecem estar muito empenhados em retirar ensinamentos do que aconteceu nos Balcãs. E as opiniões públicas dos vários países também andam distraídas com os seus afazeres, e pouca atenção têm dado ao conflito interno que assola uma parte da Ucrânia. Muitos pensarão que a Ucrânia fica lá, bem longe, mas não fica. Fica tão longe ou tão perto, como ficava a Bósnia da Europa de então.
No Man´s Land de Danis Tanovic, 2001 (Óscar para melhor filme em língua estrangeira), uma das melhores caricaturas da intervenção da ONU no conflito da Bósnia