Da Rússia, Hillary pode esperar tudo menos amor
Até que ponto Vladimir Putin detestará Hillary Clinton? É díficil dar uma resposta com total objectividade, mas existem alguns indícios de que, efectivamente, o Presidente russo não "morrerá de amores" pela candidata presidencial democrata. Será uma animosidade política e até pessoal que já vem de longe, mas que se terá intensificado nos últimos meses de campanha, com as palavras cada vez mais duras que Clinton foi dirigindo a Putin. Ao mesmo tempo, o Kremlin foi ouvindo da boca de Donald Trump autênticas odes às virtudes do líder russo.
Quando na passada Sexta-feira, em vésperas da Convenção Nacional do Partido Democrata, foram divulgados e-mails comprometedores para a campanha de Hillary Clinton, que terão sido enviados a cerca de 20 mil militantes democratas, com o objectivo de denegrir Bernie Sanders,surgiram de imediato algumas teorias que metiam o Kremlin por detrás desta "fuga", já que esta informação iria prejudicar claramente Hillary. Algumas fontes ouvidas pela NBC, entre especialistas e antigos diplomatas, parecem ter poucas dúvidas quanto à antipatia que Putin nutre por Hillary. O antigo embaixador dos EUA em Moscovo, Michael McFaul, considera que aquela fuga de informação foi levada a cabo por hackers profissionais apoiados pelo Kremlin, uma tese corroborada por vários especialistas em ciber-segurança.
Não seria a primeira vez que um Estado estaria por detrás de uma iniciativa deste género com o objectivo de atingir o inimigo, seja ele qual for. Neste momento, o Kremlin já parece ter feito a sua escolha no que diz respeito aos dois candidatos presidenciais nos EUA: Donald Trump. Não seria por isso de estranhar que o Kremlin tivesse patrocinado esta fuga de informação, até porque às vezes são os pequenos sinais que ajudam a comprovar a existência de uma estratégia concertada. Ainda esta manhã, por coincidência ou não, na RT, canal em inglês de alcance internacional financiado pelo Governo russo, passava uma reportagem bastante crítica sobre a fortuna dos Clinton, partindo da análise ao filme propagandístico Clinton Cash, que acabou de estrear e é simplesmente arrasador para Hillary.