A nova política de imigração, segundo David Cameron
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou no final do passado mês os seus planos para reduzir o nível “inaceitavelmente alto” de imigração de países da UE para o Reino Unido. Uma das medidas mais polémicas prende-se com a necessidade dos imigrantes comunitários terem que permanecer quatro anos no país a trabalhar até poderem beneficiarem de alguns apoios da segurança social, de habitação social ou de benefícios fiscais. Se em seis meses não arranjarem trabalho, são obrigados a abandonar o país. Atenção, porque se está a falar de cidadãos comunitários.
Bruxelas já fez saber que estas medidas fazem “parte do debate” e que são para ser analisadas “calmamente”, mas há alguns pontos que, segundo o Diplomata, violam claramente os tratados europeus.
De acordo com os dados mais recentes, o número de imigrantes (net migration) no Reino Unido cresceu em 260 mil, entre Junho de 2013 e Junho de 2014. Foi um aumento superior em 78 mil comparativamente ao ano anterior. Destes 260 mil, cerca de 130 mil são imigrantes de países da UE. Cameron espera reduzir para 100 mil a “net migration” até às eleições de Maio. A net migration é obtida pelo saldo entre os que entram e os que saem do país.
Note-se que actualmente, os imigrantes para poderem ficar mais de três meses têm de, pelo menos, demonstrar que estão à procura de emprego ou então que têm suficientes posses para não ser um fardo nos serviços públicos. Se arranjarem emprego e passarem um teste de residência, então, a partir daqui já podem ter acesso aos benefícios do Estado. E na verdade estes benefícios podem ser iguais, ou aproximarem-se muito, dos que são recebidos pelos cidadãos nacionais.