O Médio Oriente cada vez mais "entretido" com os seus assuntos
Consequências do atentado de Sexta-feira em Beirute/Foto AP
Com os olhos todos postos no Egipto, passou quase despercebido o ataque bombista de Sexta-feira a sul de Beirute, em pleno bastião xiita do Hezbollah. Morreram 27 pessoas, naquele que foi um dos ataques mais mortíferos desde o início da guerra civil de 1975-1990.
Embora o atentado ainda não tenha sido reivindicado, tudo aponta para grupos extremistas sunitas, que vingam a intervenção do Hezbollah na Síria contra os rebeldes sunitas. Adensa-se e alastra-se a toda a região do Médio Oriente o conflito crónico entre sunitas e xiitas.
Do desgoverno egípcio à matança síria, passando pelo cocktail explosivo libanês, estando ainda pelo meio o micro e interminável conflito israelo-palestiniano, já há muitos anos que o Médio Oriente não estava tão "entretido" com os seus assuntos.
O problema é que desta vez, e ao contrário do que acontecia nos saudosos tempos da Guerra Fria, nenhuma potência externa parece ter mão no que para ali vai.