Uma questão de perspectiva sobre um atentado
Nos últimos dias, e à medida que a comoção dá lugar à razão, começaram a surgir na Internet (e não só) inúmeras teorias da conspiração sobre o atentado de Boston ocorrido há quase duas semanas. As redes sociais potenciaram essas mesmas teorias, através da propagação viral de muitas fotografias e montagens gráficas que alimenta as mais fantasiosas explicações.
Ora, mas esta Quinta-feira, foram os próprios pais dos dois suspeitos que, em conferência de imprensa no Daguestão, vieram inicitar ainda mais a ideia de existir uma conspiração que levou à morte do irmão mais velho. Zubeidat Tsarnaev, mãe dos dois suspeitos, recusa-se aceitar a acusação que recai sobre os seus filhos e tentou denunciar várias contradições das autoridades norte-americanas, nomeadamente do FBI.
É certo que muito há por explicar e compreender. Aliás, foi o próprio Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a dizer que havia muitas questões sem resposta. Mas será razoável alimentar teorias da conspiração?
A julgar por aquilo que a história dos bastidores mais obscuros da política norte-americana tem revelado ao longo dos anos não será totalmente descabido colocar-se aquela questão. Basta recuar um pouco e encontram-se histórias verídicas dignas de um guião de Hollywood (na verdade algumas deram mesmo em filme, como foi o caso do "Valeriegate"), e que até serem descobertas não passavam de teorias da conspiração.
Por isso, é aconselhável que se faça um exercício analítico que pondere várias perspectivas sobre este tipo de crises. Como tal, o mesmo deve ser feito em relação ao atentado de Boston, porque também o Diplomata considera que existem contornos estranhos em toda esta história.