Armamento, um negócio que resiste a qualquer crise
Se há negócio que continua a florescer apesar dos ventos desfavoráveis é o do armamento e sistemas de defesa. Uma notícia desta Terça-feira da Reuters informava que a Defense Security Cooperation Agency (DSCA), entidade federal dos Estados Unidos que supervisiona as vendas de material bélico nacional a países terceiros, acabou de dar “luz verde” a um negócio de 7,6 mil milhões de dólares.
Ou seja, quase 6 mil milhões de euros, bem acima dos famigerados 4 mil milhões que se querem cortar em Portugal.
A aprovação da DSCA pode, teoricamente, ser bloqueada no Congresso, mas por todas as razões e mais alguma é algo impensável. Ou não fossem por momentos destes que o complexo militar-industrial norte-americano tanto espera.
O negócio em causa implica a venda de sistemas de defesa antimíssil da Lockheed Martin ao Qatar e aos Emirados Árabes Unidos (EAU). Sistemas esses que pretendem, por um lado, atenuar a dependência destes Estados nos aliados americanos e, por outro, garantir um “escudo” na região contra mísseis inimigos (leia-se, Irão) de curto e médio alcance.
A Lockheed já tinha anunciado em Agosto que alguns países da região tinham manifestado interesse no seu sistema THAAD (Terminal High-Altitude Area Defense), tendo o Qatar e os Emirados Árabes Unidos avançado com a intenção de adquiri-lo.
O Qatar vai despender 6,5 mil milhões enquanto os EAU pretendem gastar um pouco acima de 1,1 mil milhões.