Massada, uma tragédia que alimenta a consciência colectiva do povo judeu
Fortaleza construída pelo Rei Herodes, por volta dos anos 30 a.C, no monte Massada, nas margens do Mar Morto
Na sua consciência colectiva os judeus sentem-se um povo historicamente “perseguido”, que em vários momentos da sua história foi violentamente reprimido, muitas das vezes às ordens do próprio Estado ou do poder instituído onde se inseriam.
Além do regime do III Reich, não há literatura hebraica que não lembre o destino trágico dos judeus que se tentaram revoltar contra o Império Romano a partir do ano 66, com os soldados de Tito a destruírem Jerusalém que, segundo o historiador Flávio Josefo, terá provocado a morte de milhares de hebreus, tendo outros tantos sido capturados e vendidos como escravos.
O último bastião da resistência judaica acabaria por cair nas mãos dos romanos, quando tomaram de assalto a Fortaleza de Massada, em 73. No entanto, quando conseguiram irromper dentro das suas muralhas, após três anos de tentativas infrutíferas, não encontraram qualquer judeu, pois os cerca de 1000 homens, mulheres e crianças que lá resistiram preferiram suicidar-se do que serem capturados e escravizados.
Este célebre acontecimento de Massada acabaria por marcar o início da diáspora do povo judaico e tornar-se-ia um dos principais símbolos da sua determinação na defesa da Terra Santa contra outros povos, nomeadamente, os palestinianos.
Mas séculos antes deste acontecimento trágico, houve pelo menos um outro, menos falado, mas igualmente sangrento para os judeus.
E por isso, talvez seja interessante recuar ao século 9 a.C para se falar um pouco de Jezabel, uma mulher que tinha tanto de beleza e de sedução como de perversidade e de malvadez. Mas este assunto fica para o próximo texto.