Boko Haram está cada vez mais próximo da al Qaeda e traz a morte ao Natal nigeriano
Destruição nas imediações da Igreja de Santa Teresa em Madalla, Suleja, nos arredores de Abuja/Foto: Solabi Sotunde - Reuters
Como já vem sendo hábito na Nigéria, a comunidade cristã voltou a ser atacada por grupos terroristas islâmicos. Foi um dia de Natal sangrento naquele país, com vários ataques bombistas a provocarem mais de 40 mortos.
Os atentados foram perpetrados pelos militantes do Boko Haram, um grupo criado em 2002 e que se suspeita ter ligações à al Qaeda através dos grupos islâmicos do Norte de Àfrica.
O Boko Haram, que quer dizer "educação ocidental é proibida", pretende, à semelhança de outros grupos islâmicos em África, impor a "sharia" na Nigéria, inspirando-se no regime dos taliban no Afeganistão.
Apesar de já ter alguns anos desde a sua formação, foi só a partir de 2009 que a sua acção começou a manifestar-se de forma mais violenta.
O Governo nigeriano tem tido uma grande dificuldade em combater o Boko Haram. Ironicamente, a situação piorou precisamente quando as autoridades nigerianas em 2009 tentaram destruir o grupo, tendo inclusive capturado e morto o seu líder de então. Também o quartel general da organização, em Maiduguri, capital da região de Borno, fora destruído.
Nessa operação morreram centenas de militantes do Boko Haram e desde então tem sido a guerra total entre aquele grupo e o Governo. As técnicas e tácticas dos militantes islâmicos estão a evoluir e as autoridades nigerianas demonstram alguma impotência para travar a escalada de violência.
Relembre-se que a Nigéria é uma autêntica manta de retalhos étnica e linguística, sendo o Norte maioritariamente islâmico, enquanto o Sul tem uma elevada predominânica de cristãos (entre os quais animistas)
A Nigéria é o país mais populoso de África com 160 milhões de habitantes, a maioria dos quais vive na probreza ou perto dela, apesar de ser o maior produtor de petróleo naquele Continente.