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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Para compreender o anfitrião muçulmano, é preciso saber interpretar os sinais

Alexandre Guerra, 21.02.11

 

 

Há uns anos, quando este autor andava por paragens pouco recomendadas em tempos turbulentos, recebeu um importante conselho de um dos portugueses que mais percebia (e percebe) de costumes e hábitos árabes e islâmicos. Dizia então essa mesma pessoa amiga que quando um visitante entra na casa de um muçulmano é importante saber ler e interpretar os vários sinais visíveis, para que possa perceber o quão devoto e submisso é o seu anfitrião aos preceitos do Islão.

 

Desses vários sinais, houve um que o Diplomata nunca esqueceu, já que em casa de um qualquer muçulmano é raro não existir um exemplar do Alcorão, tal como muitos católicos terão uma Bíblia guardada algures em casa.

 

A forma como é disposto o Alcorão na casa de um muçulmano pode revelar diferentes formas que aquele tem de conviver com a religião, da mesma maneira que a excessiva exteriorização ou ausência de artefactos e objectos associados ao cristianismo pode revelar bastante sobre a relação de um católico com o seu credo.

 

Quando o Alcorão se encontra lá em cima, no topo de um móvel ou estante, quase perto do tecto, bem acima dos mortais que habitam naquela casa, acima de tudo o que é terreno e mais próximo de Alá, então o visitante poderá assumir que terá no seu anfitrião um interlocutor que fará uma interpretação mais intensa e, eventualmente, mais radical do Alcorão.