Conhecer um pouco da história da América sulista a partir de Elizabethtown, Kentucky
Nos últimos anos, poucos filmes terão espelhado de forma tão harmoniosa o espírito da América profunda. Claro está, que esta é apenas a modesta opinião do Diplomata, até porque a crítica não foi particularmente simpática com Elizabethtown, um filme de 2005, que mostra uma América de contradições, mas de muitas emoções, cujas comunidades vivem sob modelos de pensamento que pouco ou nada têm a ver com as correntes formatadas das grandes metrópoles como Nova Iorque, Washington, Chicago ou Los Angeles.
É um dos filmes mais interessantes de Cameron Crowe precisamente por aquilo que revela, para além dos dramas, das relações amorosas, das perdas, dos encontros e desencontros.
Mostra a ingenuidade e a sinceridade de uma América mais profunda, com os seus sonhos e desilusões, tradições e costumes, que parece viver realidades tão diferentes daquelas que as grandes urbes dos Estados Unidos vivem.
Uma América que se revê nos Lynyrd Skynyrd, uma espécie de repositório de valores e ideais dos estados do Sul, no qual músicas como a célebre Free Bird ou a Sweet Home Alabama (sobre esta música, considerada uma das mais “políticas” de sempre, o Diplomata falará em breve), se transformaram em autênticos hinos de uma certa América.
A Elizabethtown do filme situa-se no Kentucky, uma cidade com cerca de 24 mil habitantes, e que é o ponto de partida para a descoberta de um pouco da história da América sulista, através de uma viagem de carro.
Acompanhado de uma banda sonora excepcional, que reflecte uma parte da sociedade dos Estados Unidos, dominada pelo folk, country e rock, o personagem principal, com as cinzas do seu pai ao lado, vai visitando locais que simbolizam costumes, tradições e momentos históricos que são os pilares desta América profunda.
*Mais um texto do Diplomata no âmbito desta rubrica.