... E de repente todos se lembraram que havia um problema chamado Iémen
Em Setembro último, o Diplomata escrevia neste espaço um texto sobre a sensível situação que se vivia no Iémen, um estado à beira de se fragmentar e de se tornar um santuário de terroristas.
E já na altura, o Diplomata referia que o "Iémen tem sido um dos palcos mais activos nas movimentações terroristas e antiterroristas desde os atentados do 11 de Setembro. Foi aliás neste país que a CIA procedeu pela primeira vez a assassinatos selectivos no âmbito da "guerra ao terrorismo" lançada pelo ex-Presidente George W. Bush".
Mas o mais intrigante no meio disto tudo é que o Diplomata chegou a esta conclusão sem que tivesse acesso a toda a informação de "intelligence" que, certamente, Londres e Washington têm ou às fontes e recursos que os principais meios de comunicação social internacionais dispõem.
À excepção da BBC News, o Iémen tinha estado até há uns dias praticamente ausente das notícias internacionais, apesar se verificar uma agitação terrorista muito preocupante naquele país.
Atendendo à estranha repentina preocupação de Washington e de Londres com aquele país, após o atentado falhado no voo da Delta Airlines no dia de Natal, o Iémen ficou sob os holofotes da imprensa internacional.
Uma das falhas da "guerra ao terrorismo" iniciada após os atentados do 11 de Setembro, prende-se com o facto das atenções terem sido praticamente exclusivamente focadas nos palcos do Iraque e do Afeganistão, remetendo, muitas das vezes, para o esquecimento alguns teatros secundários, sobretudo em África e na Ásia, que têm registado um aumento de actividade terrorista.
O próprio Paquistão, um actor preponderante na guerra ao terrorismo, não tem tido a merecida atenção por parte da imprensa internacional, embora neste caso Washington e Londres parecem estar muito atentos ao que se passa naquele país nuclear.