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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Para o homem mais poderoso da Rússia, só a presidência interessa

Alexandre Guerra, 05.12.09

 

Alexei Druzhinin/RIA-Novosti/AP

 

O que há uns tempos era apenas um exercício prospectivo, que o próprio Diplomata fez assente em factos bastante sólidos, é agora uma certeza: Vladimir Putin quer recuperar o lugar cimeiro dos desígnios da Rússia.

 

O primeiro-ministro Putin parece estar determinado em candidatar-se novamente ao cargo de Presidente do país nas eleições de 2012, depois de constitucionalmente ter sido impedido de concorrer a um terceiro mandato consecutivo em 2008.

 

Na altura, acabou por assumir a chefia do Governo, depois do seu partido Rússia Unida ter vencido com uma larga maioria as legislativas de Dezembro de 2007. Apesar desta mudança na cúpula russa, Putin nunca teve a intenção de abdicar do poder conquistado desde 2000, e terá deixado bem claro ao Presidente Dimitri Medvedev quem era o homem que mandava na Rússia.

 

Medvedev parece ter compreendido bem o seu papel nesta lógica de coabitação, remetendo-se praticamente a um papel de representação institucional, sem ousar discutir com Putin a liderança da política russa.

 

Desde 2000 que Putin é o "homem forte" daquele país, tendo Medvedev surgido como uma solução transitória. Putin continua com uma popularidade bastante elevada, tendo as eleições regionais realizadas em Março último comprovado essa realidade.

 

Embora não o tenha afirmado de forma peremptória, Putin disse na passada Quinta-feira, durante um programa anual televisivo em que lhe foram feitas várias perguntas, que iria analisar a possibilidade de se candidatar em 2012 e que tudo iria depender da evolução da situação económica.

 

Esta resposta diz muito dos propósitos de Putin, já que nos próximos dois anos a economia russa, tal como todas as outras, não deverá dar grandes motivos de alegria.