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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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A história da candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança da ONU (1)

Alexandre Guerra, 25.09.08






O Presidente Cavaco Silva foi à 63ª Assembleia Geral das Nações Unidas defender de forma veemente a candidatura de Portugal a um lugar de membro não permanente do Conselho de Segurança para o biénio 2011-2012.



A este propósito, o Diplomata procurou saber mais informações sobre a candidatura portuguesa e publica agora o primeiro de um conjunto de três textos aqui recebidos sobre aquele que é o actual desígnio da política externa portuguesa.



Este é o primeiro de três textos:



"No já longínquo ano de 2000, Portugal candidatava-se sem pompa ou grande circunstância a um lugar de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biénio 2011-2012, tornando-se assim no primeiro país do grupo regional WEOG [Western European and Other Groups] a apresentar a candidatura a uma das duas vagas existentes para aquele período.


A anterior experiência portuguesa no grupo dos 'vencedores de 45' como alguns ainda apelidam este órgão tinha sido em 1997/1998. A candidatura apresentada em 1989 pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros, João de Deus Pinheiro, contava com a concorrência de Suécia e Austrália. As duas vagas em disputa no Outono de 1996 foram preenchidas após exaustivas diligências políticas e diplomáticas. Suécia e Portugal saíram vitoriosos ao lograrem obter mais de dois terços dos votos dos Estados membros presentes em Assembleia Geral.


Actualmente, dez anos depois da sua primeira presença no Conselho de Segurança, Portugal procura alcançar o corolário da sua acção na cena internacional, reclamando uma pretensão própria dos países de pequena e média dimensão – uma justa e equilibrada rotatividade nos principais organismos internacionais. A missão é, tal como em 1996, longa e árdua. Para a alcançar com sucesso, Portugal tem um razoável argumentário – o seu reconhecido papel para a paz, a estabilidade, a sua vocação universal e respeito pelos Direitos Humanos – desígnios da própria organização. Mas, nos corredores da Primeira Avenida com a 46, nas chancelarias ou embaixadas, o argumentário muitas vezes não é o mais importante." L.E