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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

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As eleições que deram a liberdade de escolha a Angela Merkel

Alexandre Guerra, 27.09.09

 

 

Nas outras eleições legislativas do dia, que não em Portugal, a chanceler alemã, Angela Merkel, venceu ao garantir mais de 33 por cento dos votos para o CDU (democratas cristãos). Com este resultado, insuficiente para garantir uma maioria absoluta no Bundestag (como aliás já se esperava), a Alemanha continuará a ter um Governo de coligação, no entanto, é ainda prematuro para adiantar a sua cor.

 

Merkel já disse que gostaria de coligar-se com o FDP (14,5 por cento), sendo, por isso, muito provável que a coligação com o SPD (social democratas), forjada em 2005, não se volte a repetir. Os 22,5 por cento obtidos pelo SPD levaram o seu líder Frank-Walter Steinmeir a admitir a derrota. 

 

Uma eventual aliança entre a CDU e o FDP daria para uma maioria estreita no Bundestag sobre uma aliança do centro esquerda formada pelo SPD, os Verdes (10 por cento) e o partido de Esquerda (12,5 por cento). 

 

Além da relação de amizade com o líder do FDP, Guido Westerwelle, a linha ideológica deste partido está mais próxima da visão política que Merkel quer continuar a implementar do que aquela que o SPD tem defendido. O FPD deverá ser assim recompensado pelos melhores resultados de sempre com um lugar no Governo.

 

   

 

Apesar da coligação governamental poder vir a mudar de cor, a Alemanha não vai sofrer grandes alterações nos desígnios da sua política, sobretudo por duas razões: 

 

A primeira razão que se pode retirar é o conservadorismo manifestado pelo eleitorado alemão, ao evitar uma mudança na liderança política do país, optando por reiterar a sua confiança em Merkel, que já fez questão de frisar que manterá o seu programa de Governo.

 

A segunda razão importante a reter, e como observou Roland Koch, líder do estado de Hessen, estes resultados eleitorais dão a Merkel a liberdade de escolher o parceiro governamental que bem entende, algo que não aconteceu nas eleições de 2005, nas quais o processo negocial de formação de Executivo foi bastante conturbado e moroso.