Será desta que o Nabucco vai arrancar?
Alexandre Guerra, 13.07.09
O Nabucco parece ter finalmente condições políticas para avançar, depois de cinco países europeus terem assinado esta Segunda-feira na Turquia um acordo para a construção daquele gasoduto, que pretende transportar gás natural do Mar Cáspio e do Médio Oriente até à Europa, contornando território russo e ucraniano.
Já por várias vezes, o Diplomata falou sobre este projecto, que se discute há alguns anos e que tem como principais intervenientes a Turquia, a Roménia, a Bulgária, a Hungria e a Áustria.
Apesar do apoio da Comissão Europeia ao Nabucco, a verdade é que o mesmo ainda não passou do papel, tendo sido sucessivamente adiado, sendo que Ancara já fez saber que serão precisos pelo menos mais 6 meses para que o acordo final fique concluído.
Além disso, e não obstante a vontade dos países signatários, existem muitas incertezas quanto à origem do fornecimento de gás natural. Países como o Irão, Cazaquistão, Iraque, Turquemenistão e o Egipto podem ser potenciais fornecedores, mas está-se ainda longe de ter garantido qualquer tipo de modelo de negócio.
Ao mesmo tempo, Moscovo vai tentando garantir o máximo de fornecedores possíveis na região do Cáspio, uma vez que está igualmente a desenvolver, em parceria com a Alemanha, o gasoduto Nord Stream, que vai ligar directamente o território russo ao alemão. Refira-se que este projecto já está numa fase de implementação, ou seja, bastante mais avançado que o Nabucco.
A União Europeia mantém o Nabucco como projecto prioritário (23 de Março de 2009) ; A guerra dos gasodutos na cimeira da Primavera (20 de Março de 2009); A Bulgária na rota da energia (17 de Março de 2007)