O regresso dos jihadistas aos países de origem
Os ganhos conquistados no terreno pelas várias frentes de combate contra o Estado Islâmico (IS), e que levaram à reconquista de Raqqa (até aqui, o reduto daquele movimento terrorista), é, naturalmente, um motivo de satisfação, já que confirma a tendência que se tem vindo a verificar desde 2015, com o encolhimento do território que tem estado sob o domínio terrorista no Iraque e na Síria. O problema é que muitos dos terroristas que estavam nesses territórios estão agora a regressar aos seus países de origem, muitos deles na Europa. Os números avançados pelo think tank Soufan Center falam em cerca de 5600 jihadistas que agora estão de regresso e que representarão uma ameaça para os próximos anos. Ao todo, são 33 países que confirmaram as chegadas destes militantes islâmicos, sendo que, por exemplo, só no Reino Unido foram registadas 850 entradas. Este número equivale mais ou menos a metade dos cidadãos britânicos que se estima terem ido para os países do Médio Oriente para se juntarem às fileiras do EI. De acordo com os dados compilados neste relatório, desde a criação do EI em 2013, perto de 40 mil estrangeiros de 110 países juntaram-se àquele movimento. Até ao momento, o Soufan Center conseguiu confirmar as identidades de 19 mil jihadista, um número impressionante e que prova a capacidade de mobilização e recrutamento do Estado Islâmico. Dos 5600 militantes islâmicos que regressaram aos seus países de origem desde 2015, 400 são russos, 760 são sauditas, 800 são tunisinos e 271 são franceses, além dos 850 acima referidos que voltaram ao Reino Unido.