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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Apontamentos históricos

Alexandre Guerra, 31.05.15

 

"E dever-se-ia pensar que não há coisa mais difícil de tratar, nem mais duvidosa de lograr, nem mais arriscada de manejar do que tentar alguém introduzir reformas. Porquanto o introdutor tem inimigos em todos aqueles que beneficiavam do antigo estado das coisas, e mornos defensores naqueles que aproveitam com as novas disposições. [...] Do que resulta que cada vez  que os inimigos do novo estado das coisas têm ocasião para o combater o fazem apaixonada e violentamente, e que para os partidários desse estado se defendem frouxamente, de modo que, junto com eles fica o [novo] príncipe em risco."

 

in "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel (Guimarães Editores)

 

O despacho...

Alexandre Guerra, 18.05.15

 

"Bill Clinton é como a energia nuclear. Se usarmos bem, pode ser muito benéfica e produtiva. Se a usarmos mal, pode ser catastrófica."

 

Quem o diz é David Axelrod, antigo director de campanha de Barack Obama nas eleições que venceu em 2008, num artigo do Washington Post e publicado hoje pelo Público, a propósito do papel que o ex-Presidente americano deve (ou não) ter na campanha presidencial da sua mulher, Hillary.

 

O problema da teoria de Hersh: ninguém consegue guardar segredo em Islamabad

Alexandre Guerra, 11.05.15

 

Embora se saiba que os governos em geral, e o americano em particular, caem, por vezes, na tentação de camuflar factos, reescrever alguns acontecimentos e, até mesmo, ficcionar a realidade, o Diplomata está com alguma relutância em aceitar a versão do conceituado jornalista, Seymour M. Hersh, sobre os contornos em ocorreu a operação que conduziu à morte de Osama bin Laden, e que coloca em causa a posição oficial da Casa Branca .

 

A nova teoria de Hersh foi publicada esta Segunda-feira no London Review of Books e, entre outras coisas, é referido que, ao contrário do que Washington sempre disse, os chefes dos serviços secretos (ISI) e do Exército paquistaneses teriam conhecimento prévio da operação militar norte-americana para capturar bin Laden. 

  

Ora, além de não identificar qualquer fonte concreta, limitando-se a classificações genéricas, a versão de Hersh admite que as autoridades paquistanesas teriam mesmo bin Laden à sua guarda e que foram informadas por Washington do que estaria prestes a acontecer. Mas é aqui que a questão levanta mais dúvidas ao Diplomata. Conhecendo-se os alinhamentos próximos que existiam nalguns sectores das forças armadas e das secretas paquistanesas com bin Laden, dificilmente não chegaria ao seu conhecimento a informação de que estaria um ataque iminente à residência fortificada de Abbotabad. Porque, a verdade é que um dos grandes problemas de Islamabad no combate ao terrorismo foi a inconsistência e a divisão das suas cúpulas no que ao empenhamento na "caça" a bin Laden dizia respeito.  

 

O Diplomata acredita que se alguém do Exército ou do ISI soubesse que Washington iria desenvolver uma operação militar para capturar ou eliminar bin Laden, seguramente que aquele que era o inimigo número 1 dos Estados Unidos não estaria na noite de 1 para 2 de Maio naquele casa fortificada em Abbotabad.

 

O despacho...

Alexandre Guerra, 07.05.15

 

"My operant theory about politics is you’re never as smart as you look when you’re winning and you’re never as dumb as you look when you’re losing."

 

Esta é uma das respostas que David Axelrod, antigo director de campanha de Barack Obama e consultor de Ed Miliband nestes últimos meses, deu numa entrevista à recém-criada versão europeia do site Politico. O que ele quer dizer basicamente é que os candidatos políticos nem são tão espertos como possam parecer, nem tão parvos como se possa pensar.