Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Para quê aturar os senhores do FMI?

Alexandre Guerra, 30.01.15

 

Até se percebe por que é que novo ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, se recusa a reunir com a "troika" (Comissão, BCE e FMI) para renegociar a dívida. Além de não a considerar uma entidade legítima para tal, Atenas diz que quer apenas negociar com a UE, que, para todos os efeitos, detém 66 por cento da dívida grega. O FMI tem apenas 10 por cento e o restante está disperso por outras entidades. Perante isto, para quê aturar os senhores do FMI?

 

Dispatches from Athens

Alexandre Guerra, 28.01.15

 

As atenções estão centradas no novo ministro grego das Finanças,Yanis Varoufakis, mas deve ser também seguido com atenção o novo ministro da Defesa, Panos Kammenos, que é o líder do partido dos Gregos Independentes e, portanto, da direita nacionalista. O que no caso da Grécia pode ser um factor importante, atendendo ao conflito com a Turquia e, mais recentemente, às quase ingerências alemãs na política grega. Aliás, a escolha de Kammenos até poderá vir a ser potencialmente mais problemática, já que este tem acusado a Alemanha de ser a responsável pela actual situação que a Grécia atravessa. E já agora, quanto à Turquia, é elucidativo o clima de crispação entre os dois países na entrevista que o ministro turco para a União Europeia dá hoje ao jornal El Mundo, ao afirmar que a Grécia não devia ter entrado na UE e que os dados que Atenas tinha apresentado a Bruxelas estavam errados.

 

O despacho...

Alexandre Guerra, 25.01.15

 

"Na guerra: Determinação.

Na derrota: Insurgência.

Na vitória: Magnanimidade.

Na paz: Boa vontade."

 

Ontem, cinquenta anos passaram desde a morte daquele que é, considerado por muitos, o maior estadista do século XX. Além da sua obra política, o legado literário de Winston Churchill é imenso. O comentador Marques Mendes, no final do seu comentário habitual de Sábado no Jornal da Noite da SIC, citou três das muitas e célebres frases do antigo primeiro-ministro britânico. O Diplomata recordou de imediato uma outra que lera nas "Memórias da Segunda Guerra Mundial" de Churchill. Na verdade, as palavras acima reproduzidas representam uma reflexão, a "moral" das memórias que o estadista retirou da sua experiência durante aquele trágico conflito.

 

O despacho...

Alexandre Guerra, 21.01.15

 

"Tonight, after a breakthrough year for America, our economy is growing and creating jobs at the fastest pace since 1999. Our unemployment rate is now lower than it was before the financial crisis. More of our kids are graduating than ever before; more of our people are insured than ever before; we are as free from the grip of foreign oil as we’ve been in almost 30 years."

 

Barack Obama começou praticamente o seu discurso do Estado da União com esta frase que, diga-se em abono da verdade, é um excelente legado para um Presidente que está quase de saída da Casa Branca. Os republicanos podem não gostar e muitos americanos discordar, mas é um facto de que os Estados Unidos estão a dar uma réplica virtuosa à crise espoletada em 2007/08. A Europa, por seu turno, continua a marcar passo.

 

O "downgrade" da Base das Lajes

Alexandre Guerra, 16.01.15

 

Um grande balde de água fria, terá sido aquilo que a diplomacia portuguesa e o Governo Regional dos Açores sentiram há uns dias quando o demissionário secretário de Defesa norte-americano, Chuck Hagel, anunciou o novo plano de reestruturação de algumas infra-estruturas militares na Europa. Entre as várias bases afectadas, está a das Lajes, na ilha Terceira, que terá uma redução significativa do seu contingente militar e civil: dos 900 trabalhadores portugueses, 500 serão despedidos, enquanto o número de militares americanos cairá de 650 para apenas 150. Também alguns equipamentos passarão para o Estado português. Um processo que deverá estar concluído no próximo Outono.

 

É um "downgrade" de tal forma acentuado que terá apanhado alguns observadores de surpresa, já que não se esperava que Washington fosse relegar a Base das Lajes para uma condição geostratégica tão menor. Além disso, iam sendo divulgados alguns sinais que apontavam para consequências bem menos negativas. 

 

Sabia-se que a administração americana pretendia reajustar o contingente das Lajes ao novo quadro dos seus interesses geopolíticos e geoestratégicos no mundo, mas não se esperava que o Pentágono deixasse de considerar aquela base como prioritária na projecção da sua política externa. É disso mesmo que se trata. Em quase 70 anos de ligação dos EUA às Lajes, esta é a primeira vez que Washington a deixa "cair". O argumento é financeiro, com vista à poupança de 29,6 milhões de euros por ano.

 

É uma má decisão. Ao contrário de outras bases militares americanas localizadas na Europa continental que também vão ser alvo de redução de contingente, as Lajes tem a particularidade de ser uma base em termos geográficos sem alternativa. Ou seja, se no território europeu continental, a questão de apoio logístico às forças americanas nunca se colocará, tendo em conta o número de bases que existe e a sua relativa proximidade, o mesmo já não se pode dizer do Atlântico Norte. Washington sabe isso, mas está a jogar na presunção de que o seu principal tabuleiro geoestratégico e geopolítico se deslocou para o Pacífico. Nem mesmo o Médio Oriente parece merecer agora tanta atenção, sobretudo numa altura em que os EUA reduzem a dependência energética dos países produtores daquela região. 

 

A decisão da administração de Barack Obama vai ter consequências económicas muito negativas para a comunidade da Terceira, mas também os EUA poderão vir a pagar cara esta opção, já que a História tem comprovado a importância das Lajes na projecção do poder militar americano nas várias crises que têm eclodido no Atlântico Norte e Médio Oriente ao longo das últimas décadas. E nada faz prever que novas crises não espoletem e coloquem em causa os interesses dos EUA. E quando isso acontecer, as Lajes já não terá a mesma capacidade de resposta.

 

Um livro obrigatório na comunicação política

Alexandre Guerra, 15.01.15

 

transferir.jpg

 

David Axelrod, um dos homens de maior confiança de Barack Obama e um dos principais responsáveis pelo seu sucesso eleitoral em 2008, está prestes a publicar um livro sobre a sua experiência profissional enquanto consultor de comunicação na área da política, onde fez mais de 150 campanhas. Um livro obrigatório para quem trabalha e gosta de comunicação política.

 

Pág. 1/2