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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Protestos que não abalam a equação "um país, dois sistemas"

Alexandre Guerra, 30.09.14

 

Foto AFP/BBC NEWS

 

Para já, os protestos que se têm visto nas ruas de Hong Kong nos últimos dias dificilmente põem em causa o famoso modelo "um país, dois sistemas", uma equação de equilíbrio entre os interesses da China e a realidade contrastante de um território que regressava à soberania de Pequim, em 1997. Quase 20 anos passaram e as "liberdades" concedidas pelo regime chinês a Hong Kong parecem já não chegar para agradar a alguns dos seus cidadãos, sobretudo jovens, que exigem agora mais reformas pró-democracia, nomeadamente no que diz respeito à eleição dos seus líderes. Mas, o Diplomata não crê que este movimento consiga ter o impacto que outros do género tiveram noutros locais do mundo.

 

Pequim parece não querer ceder naquilo que ficou definido no acordo de 1984 com o Reino Unido, porque apesar de ter dito que iria permitir eleições directas em 2017 para a chefia do Governo de Hong Kong, acabou por introduzir em Agosto último uma nuance, ao informar que os eleitores só poderão escolher entre dois ou três candidatos que sejam previamente escolhidos por um comité definido por Pequim.

 

Para muitos cidadãos de Hong Kong esta questão é de menor importância e, por isso, não se identificam com os actuais protestos, já que aquele território goza de grande autonomia a vários níveis. Tratando-se de um debate muito político sobre um assunto que, de certa forma, é visto por muitos como pouco relevante para a dinâmica económica do território, é compreensível que as manifestações estejam a ser alimentadas, sobretudo, por uma massa de estudantes universitários. Aliás, muitos dos empresários estão contra estes protestos e um estudo recente realizado pela Universidade de Hong Kong referia que a maioria dos habitantes vêem a ligação à China de forma mais positiva do que negativa.

 

O F-22 Raptor faz a sua estreia em missões reais de combate nos céus da Síria

Alexandre Guerra, 25.09.14

 

F-22 Raptor/Foto: Lockheed Martin

 

Uma das novidades da campanha militar norte-americana contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, segundo o jornal The Guardian, foi a estreia em combate do F-22 Raptor, o caça mais avançado e caro de sempre. Foi na passada Segunda-feira à noite que o Raptor sobrevoou os céus da Síria, com a sua capacidade "stealth" em combate, a possibilidade de voar a baixa altitude e, entre outras coisas, de conseguir alcançar a velocidade supersónica sem recorrer ao "afterburner (pós-combustão)".

 

Este F-22 é um caça de combate aéreo puro e, talvez por isso, todo o projecto que envolveu a sua criação e produção tenha estado envolvida em polémica, já que muitos se questionaram se seria este o caminho a seguir perante a ausência de missões reais de combate ar-ar nos dias hoje. Além disso, o seu elevado custo de venda, na ordem dos 160 milhões de dólares por unidade e a proibição de exportação daquele avião por uma questão de segurança nacional fizeram do F-22 um luxo insustentável para o Departamento de Defesa americano. Relembre-se que o F-22 Raptor, introduzido em 2005, foi desenvolvido pela Lockeed Martin e pela Boeing, e acabou por revelar-se um sorvedouro de dinheiro, tal como o Diplomata já tinha referido em 2012, tendo a sua produção terminado no final de 2011, com 187 caças. Estima-se que o projecto de desenvolvimento do F-22 tenha ficado nos 67 mil milhões de dólares.

 

O F-22 é o "state of the art" da aviação militar, nomeadamente na aviónica e nos sistemas de armas a bordo. Para Christopher Harmer, antigo piloto da Marinha e membro do Instituto para o Estudo da Guerra, a utilização do Raptor não é propriamente necessária, tendo em conta a presença de outros meios aéreos nos céus do Iraque e da Síria, tais como os F-16, os F-15 ou os bombardeiros B-1, e a inexistência de meios anti-aéreos avançados nas fileiras do Estado Islâmico. 

 

O Raptor ficará, provavelmente, na história da aviação militar americana como um marco tecnológico, e pouco mais, já que a sua existência pouco acrescenta ao poderio aéreo dos Estados Unidos em termos militares, que continua a fazer-se valer de caças como os F-14, os F-15, os F-16 ou os F-18.

 

Dispatches from Brussels

Alexandre Guerra, 24.09.14

 

Fighting Ebola: European Commission sends representatives to Sierra Leone and Liberia to coordinate EU support

 

The European Commission is continuing its active participation in the efforts to contain the outbreak of Ebola which has already claimed 2811 lives in Guinea, Liberia, Siera Leone and Nigeria. Two high-level officials from the Commission have visited Sierra Leone (Freetown) and Liberia (Monrovia) last week to discuss the coordinated response to the epidemic and to confirm continued European Union support to the affected countries.

 

Marcus Cornaro, Deputy Director General of the Commission's Directorate General for Development and Cooperation (EuropeAid) and Philippe Maughan, Head of Sector for Southern Africa and the Indian Ocean at the Directorate General for Humanitarian Aid and Crisis Response (ECHO) met with President Ernest Bai Koroma of Sierra Leone and President Ellen Johnson Sirleaf of Liberia. They also held meetings with the national authorities (including the Minister of Health and Finance) and international organisations operating on the ground in response to the emergency. They also had exchanges with representatives of the US Army and the African Union who had just arrived to set up their respective missions.

 

On his return, Marcus Cornaro said: “The situation in the two countries is extremely serious and the international community must increase its support to fight the epidemic. In my meetings I confirmed that the EU has put a comprehensive range of support measures in place. We are determined to help the countries and the many victims with immediate support through humanitarian aid, but will also give development assistance to the region to strengthen health systems, as well as budget support to Sierra Leone and Liberia to cushion the severe macroeconomic impact of the crisis.”

 

Philippe Maughan added: "As a medical doctor and emergency healthcare expert, I commend the healthcare professionals working around the clock to contain the spread of the disease, often at risk for their own lives. The capacity of first responders is stretched. The surge of the international response in recent weeks is welcome, but it urgently needs to be translated to concrete action on the ground".

 

Link: http://ec.europa.eu/europeaid/fighting-ebola-european-commission-sends-representatives-sierra-leone-and-liberia-coordinate-eu_en

 

Registos

Alexandre Guerra, 24.09.14

 

Dizem alguns especialistas que nos próximos meses a economia chinesa vai atravessar momentos conturbados, mas uma coisa é certa: o consumo privado e os serviços ganham cada vez mais relevância na economia daquele país.

 

PKK poderá ter encontrado uma nova fonte de recrutamento

Alexandre Guerra, 22.09.14

  

Soldado turco vigia refugiados sírios na fronteira entre os dois países/Foto: AP

 

A situação que se vive na fronteira da Turquia com a Síria é neste momento um dos pontos mais dramáticos do mundo. Só nos últimos dias, terão passado por ali 130 mil refugiados vindos da Síria, muitos deles curdos, para procurar refúgio em solo turco. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), liderado por António Guterres, já alertou para o drama da situação.

 

A Turquia (leia-se o Estado central), que há pelo menos três décadas tem uma relação conflituosa interna com o PKK e que já provocou 40 mil mortos, enfrenta agora uma migração massiva de curdos para o seu território, que a médio prazo poderá tornar-se uma verdadeira dor de cabeça para as autoridades em Ancara.

 

Nos últimos anos, Ancara tem conseguido estabilizar internamente a "questão curda" e a intensidade do conflito tem vindo a diminuir. No entanto, é bem possível que, destes milhares de curdos que agora chegam à Turquia, o PKK encontre uma "fonte" de novos recrutas, inflamados por uma ideologia mais radical, podendo reacender a causa curda no seio do Estado turco. 

  

Dispatches from Brussels

Alexandre Guerra, 22.09.14

 

EU boosts its cooperation on sustainable energy with developing countries

 

EU's commitment to helping developing countries provide access to sustainable energy for all is stronger than ever. The European Union will tomorrow co-sign joint declarations in New York to reinforce energy cooperation with five African countries: Cabo Verde, Côte d'Ivoire, Liberia, Togo and Rwanda.  The agreements aim to increase access to sustainable energy sources by engaging with the private sector and improving the conditions for investment and funding on this area. Welcoming the initiative, Commissioner Piebalgs said: "Without energy, factories cannot function, schools cannot be lighted up and families cannot cook, and this is a situation that many people are still facing today. But it is equally important that sustainable energy sources are promoted first and foremost. These declarations are a clear sign of the political commitment of all co-signatories that we want to work together and achieve faster progress in ensuring access to sustainable energy for all.” The EU plans to allocate more than 3.3 billion euro worth of grants in the 2014-2020 financial period to support sustainable energy projects all over the world. Around 2 billion euro will be dedicated to African countries.

 

Press Release:  IP/14/1026

 

O homem do realismo político publica mais um livro

Alexandre Guerra, 16.09.14

 

Henry Kissinger/Foto: Jürgen Frank - NYT 

 

Aos 91 anos, o "realista" Henry Kissinger continua a reflectir sobre as Relações Internacionais e acaba de publicar mais um livro, "World Order". Na crítica literária a este, John Micklethwait escrevia no New York Times que para se perceber o ponto de vista do antigo secretário de Estado norte-americano, o leitor teria de o imaginar à frente da política externa norte-americana desde a tragédia do 11 de Setembro de 2011, em vez dos neoconservadoras da era Bush filho ou dos democratas liberais da corrente Obama. Parece que ao longo dos últimos anos, faltou um pouco de "realismo" à política externa americana. É ler o livro para se perceber o pensamento de Kissinger.

 

Dispatches from Brussels

Alexandre Guerra, 16.09.14

 

Hunger in the world: an encouraging new report from the three UN food agencies

 

Today the three Rome-based UN food agencies –the Food and Agriculture Organization (FAO), the International Fund for Agricultural Development (IFAD) and the World Food Programme (WFP)- have published their latest annual report on food insecurity in the world.

According to the report, we are making some good progress here: the new figures show a reduction in undernourished people around the world by more than 100 million over the last decade (up to 805 million people, or one in nine, are suffering from hunger these days). 

Such a trend means that the Millennium Development Goal (MDG) of halving the proportion of undernourished people by 2015 is within reach. However, I share the UN’s concern related to persisting differences across regions.

 

Read the full blog here: http://blogs.ec.europa.eu/piebalgs/hunger-in-the-world-an-encouraging-new-report-from-the-three-un-food-agencies/

 

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