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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Farage desafia Labour e Tories com "namoro" ao eleitorado feminino

Alexandre Guerra, 28.02.14

 

Nigel Farage, líder do UKIP

 

Com as eleiçoes europeias praticamente "à porta" e motivado por alguns sucessos eleitorais recentes, o UKIP (UK Independence Party) parece estar cada vez mais confiante num bom resultado a 25 de Maio. Quem o diz é o seu líder Nigel Farage, que acredita que o UKIP representa "agora a maior ameaça ao 'establishment' político [britânico] dos tempos modernos".

 

É uma afirmação arrojada, mas não totalmente despojada de argumentos válidos, porque as sondagens (e os resultados) demonstram que aquele partido tem vindo a ganhar apoio a nível nacional. Será o suficiente para se meter no meio do Labour e dos Tories? Isso se verá no dia 25 de Maio.

 

Uma coisa é certa, o UKIP tem apostado em temas mobilizadores, embora, por vezes, de forma bastante demagógica (tão do agrado do eleitorado). A mais recente cartada é dirigida às mulheres. Num "piscar de olhos" ao eleitorado feminino, Farage disse que uma das maiores mudanças no UKIP tem sido a ascensão das mulheres no seio do partido. "There are women candidates at number one and number two on the [European elections] lists", disse Farage.  E foi inteligente na sua abordagem ao valorizar o mérito daquelas mulheres em detrimento da lógica de quotas (um mecanismo politicamente correcto, mas redutor da condição feminina na sociedade, diz o Diplomata). 

 

Operação "para ucraniano ver"

Alexandre Guerra, 27.02.14

 

O Diplomata alertava há uns dias para que, se a situação na Ucrânia se degradasse ainda mais, ninguém se admirasse com a possibilidade de numa destas manhãs a Europa acordar com tanques russos em Kiev. Ora, já faltou mais.

 

O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou na Quarta-feira para que se verificasse o estado de prontidão das forças armadas no centro e no Ocidente da Rússia, incluindo na zona fronteiriça com a Crimeia (Ucrânia). Moscovo veio de imediato dizer que esta operação não tinha nada a ver com os acontecimentos na Ucrânia. Mas será que alguém acredita nisso?

 

À descoberta de Berlim

Alexandre Guerra, 27.02.14

 

A cúpula do Reichstag, concebida por Norman Foster, é um dos pontos de atracção turística de Berlim.

 

Berlim atingiu o máximo de visitantes em 2013. Foram cerca de 11,3 milhões que visitaram a capital alemã. Compreendem-se estes números, perante uma cidade que tem vivido anos de profunda mudança, tornando-se ímpar em termos arquitectónicos e culturais, surpreendendo quem a visita.

 

O mais interessante para quem vai à descoberta de Berlim é ser-lhe revelado algo mais do que estava à espera. De Paris, Londres ou Roma, toda a gente tem uma certa ideia, mesmo que nunca lá tenha estado. Agora, de Berlim, além das "Portas de Brandenburgo" e de vestígios do "Muro", o que esperar mais?  Para quem a visita, fica a saber que há mais, muito mais. E isso vai passando de "boca em boca", como os números agora conhecidos demonstram.

 

A Espanha perdeu um dos seus maiores embaixadores

Alexandre Guerra, 26.02.14

 

Paco de Lucía toca o segundo andamento do magistral Concerto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo. Uma interpretação que iria ficar célebre.

A Espanha é um dos países que melhor tem utilizado a sua língua e cultura como factores de poder e de afirmação dos interesses daquele país no mundo. Hoje, ficou sem um dos seus maiores embaixadores. Morreu Paco de Lucía.

 

"Statement" político através da arte

Alexandre Guerra, 25.02.14

 

O Monumento para o Exército Soviético, no centro de Sófia, Bulgária, foi pintado por artistas no Sábado à noite com as cores da bandeira da Ucrânia. Foi mais um "statement" político em forma de arte naquele monumento.  

 

Em Agosto de 2013, a estátua já tinha sido pintada, desta vez com o significado da "Bulgária pedir desculpa",  referindo-se à invasão da Checoslováquia em 1968. 

 

Também em Agosto do ano passado, as estátuas foram adornadas com adereços semelhantes aos utilizados pelas Pussy Riot, numa homenagem à banda anti-Putin.

 

Em 2011, dois artistas pintaram a estátua com as cores de vários super-heróis, numa alusão à necessidade de se acompanhar a mudança dos tempos. 

 

Fonte BBC News

 

Apontamentos históricos

Alexandre Guerra, 25.02.14

 

"Um país como Portugal -- pequeno, militarmente fraco e economicamente dependente de terceiros -- era especialmente vulnerável à turbulência internacional. Num país assim, a ideologia, a teoria e mesmo os planos mais bem elaborados poderiam significar relativamente pouco. A Depressão serviu para Salazar passar de professor a político -- e os seus efeitos, associados aos da Guerra Civil de Espanha, da II Guerra Mundial e do desenvolvimento do nacionalismo em África e na Ásia, acabariam por destruir os vestígios das crenças políticas do Salazar da décadas de 1920, deixando pouco ou nada em seu lugar."

 

in "Salazar" de Filipe Ribeiro de Meneses (D. Quixote, 2009)

 

Os ditadores sanguinários também escrevem boas histórias para crianças

Alexandre Guerra, 19.02.14

 

Ilustrações do conto "Boys Wipe Out Bandits"

 

Para lá da brutalidade dos actos, parece que os falecidos Kim Jong-il, e o seu pai "Grande Líder", Kim Il-sung, escondiam talentos que davam para literalmente embalar uma criança. O pai e o avó do actual líder norte-coreano escreveram várias histórias para crianças. Um dos contos é descrito por Christopher Richardson como "extraordinariamente exuberante e violento".

 

Para aquele investigador da Universidade de Sydney, citado pela BBC News, a história "Boys Wipe Out Bandits" reflecte em parte o modelo de sociedade que aqueles líderes queriam incutir na população. As populações rurais são vistas como puras e virtuosas, incarnando os valores tradicionais, que de tempos a tempos são atacadas por "bandidos", personificando estes todos os males identificados pelo regime de Pyongyang. Heroicamente, a resistência aos "bandidos" vinha da juventude, numa alusão à defesa da nação e dos seus valores.

 

Apesar do seu conteúdo ideológico, Richardson não considera que este conto seja particularmente vincado, classificando-o até como engraçado e com qualidade. Na verdade, qualquer criança ocidental gostaria de ler aquela história e ver as suas ilustrações.

 

Richardson identifica outros contos ideológicos, nomeadamente fábulas, que retratam a ganância americana e a capitulação daquele estilo de vida. "The Butterfly and The Cock" é um desses contos, em que uma borboleta trabalhadora (norte-coreana) se opõe a um arrogante "galo" (americano) que se passeia com toda a ostentação.

 

Ilustração do conto "The Butterfly and The Cock"

             

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