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Alex Salmond, primeiro-ministro escocês, apresentou esta Terça-feira o guião para a independência
Com o referendo da independência da Escócia agendado para 18 de Setembro do próximo ano, o nacionalista Alex Salmond apresentou esta Terça-feira o "white paper" com as linhas orientadores para o futuro Estado independente. O documento tem 670 páginas -- com o título de "Futuro da Escócia: o seu guia para uma Escócia Independente" -- que o primeiro-ministro escocês definiu como uma "declaração de missão".
Londres, através de Alistair Darling, antigo secretário do Tesouro e actual responsável pela campanha a favor da União, reagiu de imediato, considerando aquele documento uma "obra de ficção", sem soluções credíveis. Uma reacção que o Diplomata considera ir no caminho oposto aos interesses defendidos por Darling.
Ora, o Governo britânico não ganhará nada em polarizar o discurso entre o "sim" e o "não" à independência e, muito menos, em desvalorizar um documento que, bem ou mal, deverá ser levado a sério pelos escoceses na hora de votar e que poderá ter alguns contributos importantes na sua perspectiva, independentemente do seu voto. Além do mais, quanto mais agressivo for o discurso de Londres, mais hostis ficarão os escoceses que, numa situação limite e de revolta e não tanto pela condição da independência em si, poderão optar pelo voto de protesto contra o Reino Unido.
Perante isto, o Governo britânico terá que reformular a sua estratégia de promoção e de campanha a favor da manutenção da Escócia sob a Coroa de Sua Majestade. E a primeira coisa a fazer é respeitar o documento apresentado por Alex Salmond, estudá-lo e identificar as suas vulnerabilidades. A partir daqui, Londres terá que convencer os escoceses das virtudes da União.
É certo que muitos escoceses poderão pensar que essas virtudes já eles conhecem bastante bem, fruto da sua vivência desde há muito no Reino. Mas é por isso que Darling vai ter que trazer qualquer coisa nova para esta campanha, uma espécie de recompensa, caso os escoceses optem pela manutenção no Reino Unido.