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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Inversão

Alexandre Guerra, 11.08.13

 

O fim anunciado há uns anos da era do petróleo terá sido manifestamente exagerado, pelo menos a julgar pelas notícias dos últimos tempos, que perspectivam uma inversão da tendência das reservas daquele recurso. Por exemplo, o Diplomata lia esta semana na revista Fortune que em Setembro de 2005 os Estados Unidos produziam 4,2 milhões de barris de petróleo por dia. Actualmente, essa mesma produção chega aos 7,1 milhões.

 

Esta inversão de um declínio que já vinha com duas décadas deve-se em parte às novas técnicas de prospecção e de perfuração, as quais têm permitido encontrar novas reservas em campos existentes, tais como o Bakken no Dakota do Norte e o Eagle Ford  no Texas.

 

A afronta de Putin

Alexandre Guerra, 04.08.13

 

 

A decisão do Governo russo em dar asilo político a Edward Snowden não pode deixar ser vista como um "statement" do Kremlin dirigido a Washington. Não se tratou de uma decisão repentina e muito menos inconsciente. Pelo contrário, Moscovo teve muito tempo para ponderar sobre o que fazer com Snowden, enquanto este vagueava pelos corredores do Aeroporto de Sheremetyevo.

 

O Presidente Vladimir Putin (sim, porque a decisão última foi dele) sabia que ao permitir a entrada de Snowden em território russo estaria a afrontar directamente Washington, que fez daquele antigo consultor da NSA o homem mais procurada da América neste momento. Putin, à boa maneira da Guerra Fria, criou um incidente diplomático que vai ter consequências a médio e a longo prazo, tornando-se num dos "casos" que marcarão as relações entre os dois países nos próximos tempos.

 

Washington não vai esquecer a afronta de Moscovo e as consequências a curto prazo já se fazem sentir. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que a administração norte-americana estava "extremamente desapontada". Também vozes republicanas e democratas condenaram a atitude da Rússia e exortam o Presidente Barack Obama a tomar medidas retaliatórias contra Moscovo. Por exemplo, além do boicote diplomático a alguns encontros de alto nível e cimeiras, já há quem fale num novo impulso aos programas de defesa antimíssil na Europa e num novo alargamento da NATO a países contíguos à fronteira da Rússia, como é o caso da Geórgia.

 

O bem precioso

Alexandre Guerra, 01.08.13

 

Uma longa fila de zimbabweanos em Harare na Quarta-feira à espera da sua vez para votar/Foto: Alexander Joe/AFP/Getty

 

Bens preciosos em África (ou pelo menos nalguns países) não faltam. Do petróleo aos diamantes, passando por outros recursos minerais, como o urânio, o ouro ou o raríssimo colton, muitas são as riquezas ao dispor no Continente Negro. Mas, as contingências históricas e políticas afastam os comuns africanos desses recursos, que pouco (ou nada) vêem o seu valor reflectido na melhoria da qualidade das suas vidas.

 

Será talvez compreensível que os africanos vejam nos actos eleitorais o único instrumento que têm ao seu dispor para poderem ter a esperança no acesso a melhores condições de vida. As eleições parecem, assim, transformar-se num bem precioso para os africanos, pelo qual estão dispostos a esperar longas horas numa fila, em imagens que se vão repetindo um pouco por toda a África, sempre que há processos eleitorais.

 

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