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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Momentos com história

Alexandre Guerra, 17.09.12

 

José Manuel Ribeiro/Reuters

 

Uma fotografia que está a correr mundo, de uma jovem a abraçar um polícia junto ao escritório do FMI em Lisboa, durante a manifestação de Sábado, que terá reunido cerca de 500 mil pessoas na capital portuguesa. Adriana Xavier, 18 anos, contou ao jornal Público que queria apenas ter um "gesto de amor". Para o fotógrafo, esta imagem tem qualquer coisa de “A bela e o monstro”, com “o polícia com aquela luva grossa a agarrar naquele bracinho”. Já Adriana diz: “Aquela imagem é o que eu sou. Acredito que em breve vai haver uma mudança. Espiritual.”


A guerra da droga no "backyard" americano

Alexandre Guerra, 15.09.12

 

 

Poucas pessoas deverão ter essa noção, mas até Janeiro deste ano já tinham morrido quase 48 mil pessoas no México em violência relacionada com o tráfico de droga, desde 2006, altura em que o então Presidente Filipe Calderón iniciou uma campanha militar contra os vários cartéis, mal tomou posse.

 

Depois da guerra ao narcotráfico levada cabo na Colômbia durante, sobretudo, a década de 90, e que resultou no enfraquecimento dos cartéis de Cali e de Medellín, o México tornou-se na principal plataforma de produção e distribuição de droga para os Estados Unidos. A Ciudad Juárez, na fronteira com o Texas, tem sido nos últimos anos o símbolo mais evidente dessa realidade, marcada por violência, seja entre cartéis rivais ou entre estes e as forças de segurança.

 

Actualmente, existem vários cartéis a operar no México com diferentes características e dimensões. Ficam aqui os mais importantes.

 

Sinaloa é actualmente o mais poderoso cartel, assente numa estrutura tradicional, liderado por Joaquín “El Chapo” Guzmán Loera. Los Zetas, mais pequeno em dimensão do que o Sinaloa, é o outro dos maiores cartéis do México, sendo conhecido pela sua violência, dizendo-se que costuma desmembrar as suas vítimas quando ainda estão vivas. Foi fundado por ex-soldados e além da droga, dedica-se à extorsão, raptos e tráfico humano.

 

 

Existe também o cartel do Golfo, bem armado e um dos mais poderosos dos últimos anos, embora se diga que tenha andado a perder força. Já o cartel de Juárez continua a ser importante pela área que controla, visto ser um “corredor” para a passagem de droga para os Estados Unidos. Por outro lado, o cartel de Tijuana está hoje longe de ser a organização poderosa que foi nos anos 90.

 

Há ainda o cartel de Beltrán Leyva que resulta de uma cisão da organização de Sinaloa, composto por vários grupos de assassinos que conseguem através da intimidação e da violência infiltrar “fontes” nas estruturas políticas e policiais.

 

Quando em Dezembro de 2006 Filipe Calderón iniciou a sua guerra aos cartéis da droga recorreu a milhares de soldados do Exército, mas contou igualmente com a ajuda norte-americana, nomeadamente através da Merida Initiative, lançada no tempo de George W. Bush, com um orçamento de 1,4 mil milhões de dólares. Anos mais tarde, já sob o mandato do Presidente Barack Obama, procedeu-se a um reajustamento do modelo de cooperação entre os dois países, mantendo-se no entanto, muitos dos projectos da Merida Initiative.

 

Uma das novidades passou a ser a utilização, no ano passado, por parte do Pentágono de drones a alta altitude para recolher “intelligence” em território mexicano e depois ser transmitida às autoridades daquele país.  

 

 

Uma das grandes dúvidas que se coloca é saber qual a estratégia que o novo Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, irá adoptar na guerra ao narcotráfico. Provavelmente, não irá alterar a estratégia em curso, até porque os estudos de opinião revelam que cerca de 70 por cento das pessoas exigem “mão pesada” contra os “narcos” e a pena de morte como sentença.

 

O que não deixa margem para dúvidas é o desafio que Nieto terá pela frente para “limpar” a corrupção das estruturas do Estado e do Governo.

Note-se que um dos grandes problemas com que as autoridades mexicanas se têm defrontado é a corrupção enraizada nas estruturas de Governo e do Estado. Seja a um nível mais inferior, como polícia ou poder político local, seja num grau mais elevado da hierarquia. Por exemplo, no passado mês de Maio, o Governo anunciou a detenção de três generais de alta patente, sendo que um deles chegou mesmo a ser o número dois no Ministério da Defesa.

 

Estes generais estavam ao serviço dos cartéis de droga, tendo como missão facilitar o tráfico, ou seja, o transporte da mercadoria para fora do país, e ao mesmo tempo filtrar e desviar toda a informação vinda das autoridades americanas, nomeadamente do DEA, que pudesse pôr em causa os esforços dos narcotraficantes.

 

A poderosa classe média americana

Alexandre Guerra, 14.09.12

 

Há uns dias, em conversa de café, um dos melhores amigos do Diplomata dizia que a classe média nos Estados Unidos é verdadeiramente forte no que diz respeito aos rendimentos e ao poder de compra, uma realidade sentida pelo próprio "in loco" já que anda emigrado pelo Texas, mais concretamente em Dallas. 

 

Tudo isto vem a propósito do anúncio que o candidato presidencial republicano fez esta manhã no programa "Good Morning America" da ABC.

Numa manobra que só pode ser vista pelos eleitores como de recurso e que contraria o seu discurso até à data, Mitt Romney revelou que pretende baixar os impostos para a classe média caso seja eleito. Uma medida, como se sabe, há muito defendida pelo actual Presidente Barack Obama e até hoje rejeitada por Romney.

 

Mas aqui coloca-se uma questão interessante e sobre a qual o autor destas linhas nunca tinha pensado: Com que parâmetros os dois candidatos presidenciais classificam a classe média? Ora é a resposta a esta pergunta que vai precisamente entroncar naquilo que foi aqui escrito inicialmente.

 

Antes de mais convém referir que o rendimento médio por agregado familiar nos Estados Unidos é de 50 mil dólares/ano, de acordo com informação divulgada esta semana pelo Census Bureau. Posto isto, Romney definiu hoje os agregados de classe média que tenham rendimentos anuais entre 200 mil a 250 mil dólares. Já Obama classifica de classe média todos os agregados que aufiram rendimentos "até" 250 mil dólares.

 

Seja como for, e tendo em conta as devidas nuances, através destes números já dá bem para ver o poder económico que as famílias da classe média americana têm.

 

A "tribo" do skate no Afeganistão

Alexandre Guerra, 11.09.12

 

Uma rapariga afegã a fazer um "ollie" em frente aos destruídos Budas de Bamyan, Afeganistão  

 

Em determinadas zonas do mundo, algumas mais remotas do que outras, sobretudo naquelas que estão marcadas pelo conflito, não há grande espaço para as pequenas coisas normais que fazem parte do quotidiano de qualquer jovem (e não só) numa sociedade pacífica e minimamente desenvolvida.

 

Para tentar contrariar esta trágica realidade foi fundada em Cabul a Skateistan, uma ONG que providencia apoio à prática do skate e a programas de educação no Afeganistão.

 

Num país dilacerado há anos pela violência e pela pobreza, e onde quase 70 por cento da população tem menos de 25 anos, iniciativas como a Skateistan parecem ser ferramentas muito mais profícuas ao nível da integração dos jovens do que muitas das estratégias milionárias que as potências externas impõe, por vezes, de forma cega e sem qualquer sentido social.

 

Não é por isso de estranhar que na missão da Skateistan se leia que o skate é uma “ferramenta” para o “empowerment” dos jovens, proporcionando-lhes um sentimento de pertença a uma determinada comunidade, à qual se entregam com paixão e não implica andarem com uma Kalashnikov na mão.

 

Quem já praticou skate, como foi o caso do autor destas linhas durante vários anos, percebe que neste tipo de modalidades mais “extreme” se desenvolve um sentimento forte de pertença a uma “tribo” que se vive com toda a devoção.

 

Ora, em sociedades como a afegã, onde os jovens convivem lado a lado com talibans e al Qaeda podendo ser recrutados a qualquer momento, este sentimento de pertença a uma “tribo” de skaters pode significar a normalidade nas suas vidas e a rejeição de um caminho potencialmente tortuoso e sangrento.

 

James Bond (5)

Alexandre Guerra, 09.09.12

 

 

On Her Majesty's Secret Service, um dos melhores filmes da saga James Bond, mas quase ostracizado pelo facto de ter sido interpretado por George Lazenby, é a primeira aventura de 007 onde se aborda a temática das guerras NBQ (nuclear, bacteriológica e química), neste caso concretamente, bacteriológicas. Na cena acima, Ernst Stravo Blofeld, líder da SPECTRE, uma espécie de organização internacional terrorista, explica a James Bond o seu plano diabólico para intertilizar toda as espécies de seres vivos à face da terra.

 

James Bond (4)

 

James Bond (3)

 

James Bond (2)

 

James Bond (1)