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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

James Bond (4)

Alexandre Guerra, 30.08.12

 

 

Numa altura em que o valor do ouro atinge valores recorde no mercado internacional, o Diplomata relembra Goldfinger, um dos vilões de James Bond mais fascinantes, que se mostrava inebriado pela cor daquele metal precioso, e que elaborou um mortífero plano com vista à valorização exponencial das reservas de ouro que detinha, ambicionando, assim, ao domínio mundial. E quase conseguiu concretizar o seu plano, chegando mesmo a colocar 007 numa situação bastante desconfortável, naquela que se transformou numa das cenas mais conhecidas da saga James Bond. 

 

James Bond (3)

 

James Bond (2)

 

James Bond (1)

 

O Irão e as sanções do Ocidente (2)

Alexandre Guerra, 24.08.12



Iraniano a ouvir música na sua loja, em Janeiro último, na cidade de Chabahar, perto do estreito de Ormuz/Foto: EPA/Abedin Taherkenareh

 

“Por que razão a administração americana não endurece o regime de ‘sanções’ contra o Irão?” Foi com esta pergunta que o autor destas linhas terminou o seu primeiro texto sobre a problemática das sanções impostas pelo Ocidente, sobretudo pelos Estados Unidos e pela União Europeia, ao Irão.

 

A “moeda iraniana caiu 10 por cento depois da UE ter implementado o embargo às importações de petróleo no início de 2012 e as sanções americanas terão custado ao Irão mais de 60 mil milhões em investimentos perdidos na área da energia”, segundo uma reportagem da Al Jazeera desta semana sobre, precisamente, o impacto daquelas medidas na Repúplica dos ayatollahs.

 

Também ao nível das exportações de petróleo, o Irão está a sentir um decréscimo em relação aos seus dois principais clientes, a China e a Índia, mas o “ouro negro” continua a fluir para aqueles países asiáticos, visto que um dos problemas se deve mais à questão do transporte por causa dos seguros das embarcações do que propriamente à proibição para a venda e compra daquele recurso.

 

Apesar desta evidência e da administração americana ter aprovado este mês um outro pacote de sanções, a verdade é que muito mais poderia ser feito no que diz respeito à implementação de medidas duras com vista a pressionar a República Islâmica do Irão.

 

As mais recentes sanções aprovadas por Barack Obama pretendem-se que sejam “smart” e dirigidas a algumas instituições, empresas e entidades bancárias iranianas que estão de alguma forma relacionadas com a indústria da defesa, com o sector da tecnologia e com o programa nuclear.

 

Obama, tal como os líderes em Bruxelas, quer sanções cirúrgicas, por modo a minimizar, na medida do possível, o impacto na população. Sem dúvida que é um argumento válido, mas como escrevia Erin Burnett, jornalista da CNN, na Fortune, Washington é “duro” com Teerão, mas só às vezes.

 

Efectivamente, os Estados Unidos têm revelado alguma inconsistência na forma como têm abordado a política de sanções contra o Irão quando comparada com situações semelhantes envolvendo outros Estados em diferentes períodos da sua história. E para se perceber, em parte, esta realidade é preciso compreender o paradigma do actual sistema internacional, dominado por uma interdependência complexa muito acentuada, na qual os Estados Unidos estão totalmente emaranhados, tal e qual uma mosca numa teia de aranha. Uma análise que fica para um terceiro e último texto.

 

Texto publicado originalmente no Forte Apache.

 

O Irão e as sanções do Ocidente (1)

Alexandre Guerra, 23.08.12

 

Trabalhadores iranianos junto da central nuclear de Bushehr/Foto: Reuters - Mehr News Agency - Majid Asgaripour

 

Alguém acreditará que o regime iraniano mudará a sua política nuclear por, eventualmente, se sentir pressionado com as “sanções” de que tem sido alvo? Provavelmente, ninguém. Nem mesmo Washington ou Bruxelas, os principais impulsionadores das “sanções” aplicadas a Teerão.

 

Por um lado, e em termos genéricos, é praticamente um dado científico que a política de “sanções” se revela sempre mais penosa para o povo do que propriamente para as lideranças políticas. Em segundo lugar, e no caso concreto do Irão, as “sanções” impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia são relativamente suaves.

 

Citado pelo New York Times, Mark Dubowitz, director executivo da Foundation for Defense of Democracies, disse o seguinte a propósito das recentes medidas anunciadas pela administração americana: “This is really a game of whack-a-mole. These are incremental measures. What are needed now are measures more akin to economic warfare than these targeted, pinpoint measures.”

 

As “sanções” de natureza política e diplomática limitam-se a medidas como a restrição de atribuição de vistos ou de movimentos de algumas figuras do Estado iraniano. Também as de cariz económico circunscrevem-se ao congelamento de contas, à restrição de movimentos financeiros, ao embargo à venda de material militar ou à suspensão da cooperação bilateral nalgumas áreas, como energia ou seguros.

 

Nem mesmo o embargo inédito à importação de petróleo que a União Europeia decretou no Conselho Europeu dos Ministros dos Negócios Estrangeiros do passado 23 de Janeiro para começar a ser aplicado faseadamente a partir de 1 de Julho se revela muito prejudicial para o Irão, já que o grosso das exportações deste país são para a Ásia, com a China à cabeça, representando cerca de 22 por cento (dados do primeiro semestre de 2011). A seguir vem o Japão com 14 por cento e a Índia com cerca de 13 por cento. A Coreia do Sul representa 10 por cento das exportações.

 

Quanto aos 18 por cento de petróleo e de crude que o Irão exporta para a União Europeia, o problema coloca-se basicamente ao nível de dois ou três países, já que só a Itália e a Espanha, juntas, representam 13 por cento do total dessas exportações.

 

É verdade que, tal como Bruxelas e Washington referem, estas “sanções” em particular são dirigidas, sobretudo, aos elementos da cúpula iraniana, admitindo-se, no entanto, que possam “beliscar” um pouco a economia daquele país. Mas nada de muito significativo, para bem da população.

 

E quanto aos efeitos dessas “sanções” na acção da liderança iraniana, os resultados são aqueles que toda a gente vê: o presidente Mahmoud Ahmadinejad continua a desafiar Washington com o seu programa nuclear.

 

Perante isto, outra pergunta se impõe: “Por que razão a administração americana não endurece o regime de ‘sanções’ contra o Irão?”

 

Texto publicado originalmente no Forte Apache.


A velhinha que transformou Jesus Cristo num "macaco"

Alexandre Guerra, 22.08.12

 

O antes e o depois do restauro ao Ecce Homo

 

Quantas vezes ouviu a célebre frase do “faça você mesmo”? Certamente que muitas e, provavelmente, já a terá levado à prática por diversas ocasiões, sobretudo nestes tempos de crise, onde cada euro poupado é um euro ganho.

 

Mas atenção caro leitor, se é verdade que o seu empenho é meritório e louvável, pense bem antes de se meter por territórios desconhecidos, arriscando-se a fazer “borrada” (perdoe-me o leitor a linguagem mais brejeira).

 

Pois, foi literalmente isso que aconteceu numa operação de restauro espontâneo levado a cabo por uma velhinha de 80 anos em Espanha que, perante a deterioração do fresco Ecce Homo, de Elías García Martínez, meteu mãos à obra, e em apenas duas horas, espante-se o leitor, transformou Jesus Cristo em algo parecido com um "macaco bastante peludo na cabeça" (é uma interpretação do correspondente da BBC News e não deste vosso autor)

 

Perante tal “profanação” ou "intervenção artística" (dependendo da perspectiva) daquela obra do Santuário da Misericórdia, que fica situado num topo do monte na localidade de Borja, Saragoça, os alarmes soaram em toda a Espanha.

 

Ninguém dúvida das boas intenções da senhora Cecilia Giménez, residente na paróquia do Santuário, que já veio dizer que o “fez com toda a boa fé do mundo”, para poder meter a igreja mais bonita. Além disso, disse que não fez nada às escondidas porque toda a gente que ia entrando no Santuário a via a pintar. Cecilia Giménez escreveu mesmo uma legenda por debaixo do fresco que dizia: "Este es el resultado de dos horas de trabajo a la Virgen de la Misericordia".

 

Mas o mais irónico desta história, e como referia o El País, desde o meio da manhã desta Quarta-feira já toda a Espanha conhecia o Santuário da Misericórdia e sobretudo o Ecce Homo, uma obra do início do século XIX que não é particularmente valiosa.

 

Ou melhor, não era particularmente valiosa. Porque, depois da intervenção transformista levada a cabo pela senhora Cecilia Giménez, o Ecce Homo é, agora, uma verdadeira obra de arte, certamente com valor de mercado. 

 

Texto publicado originalmente no Forte Apache.


O despacho...

Alexandre Guerra, 20.08.12

 

"If the managers think there's money to be made by expanding and improving a business that they can make more money by loading additional debt onto the company and sucking out the proceeds in dividends and fees, they'll load and suck. If they think there's money to be made by firing all the US employees and moving operations to China, they'll do so in a heartbeat. They're neither moral nor immoral when it comes to US jobs and US society. They're amoral -- they don't care one way or the other, as long as what they are doing isn't illegal."

 

O colunista Allan Sloan, num dos seus artigos na revista Fortune, referindo-se à natureza do comportamento das (firmas) "private equity" americanas no tecido empresarial dos Estados Unidos, tema que já veio a lume na actual campanha presidencial.


Registos

Alexandre Guerra, 20.08.12

 

As vivências quotidianas em diferentes partes do mundo vistas através da lente das câmaras de 6615 fotógrafos, que enviaram mais de 12 mil fotografias para o 24º concurso anual National Geographic Traveler. Os vencedores nas diferentes categorias foram agora conhecidos.  

 

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