Pontos de interesse
"O genocida que gostava de ler", Pedro Correia in Delito de Opinião.
"Herman Cain on the rise", Nuno Gouveia in Era Uma Vez na América.
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Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais
Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais
"O genocida que gostava de ler", Pedro Correia in Delito de Opinião.
"Herman Cain on the rise", Nuno Gouveia in Era Uma Vez na América.
Mais para ler
Da bela terra de Almoçageme, perto de Colares, a Associated Press conta a fascinante história de George Wright. Em US fugitive hid in Portugal hamlet são revelados os contornos de um verdadeiro policial internacional, com o FBI a clamar vitória numa "caça ao homem" que durou 40 anos.
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Hina Rabbani Khar, ministra dos Negócios Estrangeiros do Paquistão/Foto:AFP
Nas últimas semanas, até mesmo nos recentes meses, Washington e Islamabad têm-se envolvido numa troca de palavras muito pouco amistosas. Os Estados Unidos têm acusado o Paquistão, cada vez com mais veemência, de não estar a envidar os esforços necessários no combate ao terrorismo dentro do seu território.
Alguns responsáveis americanos têm ido mais longe, ao acusar o Governo de Islamabad de apoiar ou, pelo menos, ser conivente com os militantes islâmicos paquistaneses com ligações aos taliban do Afeganistão.
Em concreto são várias as vozes em Washington que acusam os serviços secretos paquistaneses, a ISI, de encobrir ou apoiar a rede Haqqani, o principal grupo terrorista a operar no Paquistão.
A situação agudizou-se depois do atentado do passado dia 13 de Setembro contra a Embaixada norte-americana em Cabul, tendo o Chefe do Estado Maior dos Estados Unidos, o almirante Mike Mullen, responsabilizado a rede Haqqani pelo sucedido, classificando-a como um “braço armado” da ISI. Foi a acusação mais séria desde 2001, ano em que os Estados Unidos e o Paquistão se “aliaram” na guerra ao terrorismo.
Almirante Mike Mullen, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos EUA/Foto: AP
Islamabad não tem gostado destas acusações e muito menos das incursões da CIA e das forças especiais norte-americanas no seu território, como aconteceu em Maio passado, com a operação levada a cabo pelos “navy seals” numa localidade a poucos quilómetros da capital paquistanesa e que culminou na morte de Osama Bin Laden, perante o desconhecimento total do Governo do Paquistão.
Numa entrevista dada ontem à Reuters, o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, avisou Washington que qualquer acção unilateral dos Estados Unidos contra a rede Haqqani no território do seu país será considerada uma violação da soberania do Paquistão.
Declarações graves e muito perigosas, fazendo descer para um nível subterrâneo as relações entre Washington e Islamabad. E talvez receando uma escalada explosiva, horas depois desta entrevista, a ministra dos Negócios Estrangeiros paquistanesa, Hina Rabbani Khar, foi ontem à tarde à Assembleia Geral das Nações Unidas reiterar o compromisso do Paquistão na promoção da paz no Afeganistão e na parceria com os Estados Unidos.
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O mais recente livro sensação em Washington, Confidence Men, da autoria de Ron Suskind, está a revelar-se um verdadeiro incómodo para o Presidente Barack Obama. No artigo Casa Branca, um clube de rapazes, do jornal Público, é levantado o véu sobre o conteúdo daquele livro, que revela uma realidade pouco amistosa para as mulheres na West Wing.
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Wangari Maathai (1940-2011)/Foto:The Guardian
Quando em 2004 foi laureada com o Prémio Nobel da Paz, a queniana Wangari Maathai tornava-se na primeira mulher a receber tão prestigiado galardão. O trabalho de uma vida na defesa dos direitos das mulheres, na luta pela transparência dos Governos e na promoção da sustentabilidade ambiental, fizeram dela uma justa galardoada e um exemplo a seguir por milhares de pessoas.
Ontem, em Nairobi, morreu aos 71 anos, vítima de cancro.
Em comunicado, o The Green Belt Movement, fundado por Maathai e responsável pela plantação de 20 a 30 milhões de árvores em África, sublinhou as suas características enquanto pessoa e lamentou a partida de uma mulher exemplar e de uma “heroína”
Ao longo do seu percurso enquanto activista, Maathai conheceu muitas adversidades, tendo inclusive estado presa por diversas vezes. Nunca cedeu ou baixou os braços, porque, como dizia sempre, um dos seus objectivos era poder inspirar outras mulheres a desempenharem um papel mais activo na comunidade.
Quando recebeu o Nobel em 2004, Maathai manifestou a esperança de que aquele prémio encorajasse outras mulheres a lutarem pela liderança nas suas sociedades.
Reagindo à morte de Maathai com profunda tristeza, a Presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, a primeira mulher africana a ocupar aquele cargo, disse que “África, particularmente as mulheres africanas, perdeu uma campeã”.
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Aquilo que foi escrito pelo Diplomata em Outubro de 2007 e reforçado em Dezembro de 2009 foi finalmente confirmado pelo próprio Vladimir Putin, que durante o congresso do partido Rússia Unida anunciou ser o candidato presidencial às eleições de Março de 2012. Uma decisão apoiada pelo actual Presidente Dimitri Medvedev.
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Quando se parte para uma análise sistémica de uma qualquer comunidade, é importante nunca descurar o seu “ambiente”. Compreender a origem das tendências culturais, dos comportamentos sociais ou dos modelos ideológicos que orientam e ditam políticas de governança é essencial para se fazer uma leitura correcta das sociedades e das suas perturbações.
Na concretização desse exercício intelectual, complementado com uma forte componente empírica, parte-se, por vezes, daquilo que é geral e mais evidente até se chegar ao aspecto (aparentemente) mais mundano, mas que olhado em retrospectiva se percebe que funciona como catalisador ou dinamizar para mudanças importantes.
A verdade é que todos os aspectos da sociedade se relacionam com a governança dos povos. Não apenas a política e a economia, mas também a cultura, a religião, o desporto e por diante. É importante perceber o afecto e a ligação que as pessoas têm com estas áreas de interesse. Mas, é ainda mais profícuo para um governante compreender os interesses comuns que servem de elos de união entre determinados grupos inseridos numa sociedade.
A resposta não se encontra, certamente, nas grandes reflexões políticas e económicas que por aí se ouvem ou se lêem assinadas pelos “iluminados” do regime. E porquê? Por uma razão muito simples: não sabem. Porque essas mesmas mentes “esclarecidas” vêem a sociedade única e exclusivamente através do espectro da política e da economia. Para esta gente, não há mundo para além disto. É o desconhecimento e a ignorância de uma "rua" que dizem conhecer, mas na qual nunca caminham.
Que o leitor não tenha dúvidas, trata-se de “meia dúzia” de "ilustres" entre os 50 e os 70 anos, todos “amigos” neste pequeno burgo. Dotados de um saber enciclopédico (que é um bem valioso), reconhece-se, mas que de pouco serve em termos analíticos se não for complementado com o conhecimento das dinâmicas e das tendências quotidianas destes tempos contemporâneos.
Como é possível que estes mesmos “iluminados” falem com tanta propriedade sobre a sociedade, quando lhes escapa tanto?
A verdade é que diariamente nos jornais ou nas televisões, mas também nas universidades, nas empresas ou nas entidades públicas, essa classe instalada de comentadores, de gestores, de empresários ou de professores universitários vai falando do seu púlpito, quase sempre com um tom sobranceiro.
Tudo isto vem a propósito dos 20 anos volvidos sobre o lançamento do álbum Nevermind dos Nirvana e que se assinalam este Sábado (24), com iniciativas um pouco por todo o mundo.
Neste momento, poderá estar o leitor a perguntar o que tem uma coisa a ver com a outra.
Mas, olhando em retrospectiva, percebe-se hoje que o Nevermind não foi apenas um acontecimento musical e cultural oriundo de Seattle. Foi também uma nascente de tendências, de comportamentos e de novos paradigmas de pensamento para o mundo ocidental, veiculados por uma nova geração que, de forma mais ou menos directa, influenciou a sociedade e condicionou as políticas de governação.
Aliás, vendo bem as coisas à luz da teoria de Nassim Nicholas Taleb, o autor destas linhas ousaria dizer que o Nevermind tem as características de um “cisne negro” (acontecimentos de grande escala, que podem ser negativos ou positivos, e que fogem à normalidade estatística, sendo largamente imprevisíveis para o observador. Ver mais aqui e aqui.)
Como escrevia alguém, o Nevermind foi responsável pelo último grande movimento musical do século XX. Porém, foi mais do que isso. Foi um manual de se estar em sociedade para uma boa parte da juventude de então.
O Nevermind apelava a uma simplicidade até então desconhecida. A música Come As You Are é um exemplo fascinante dessa mesma simplicidade, com uma letra libertadora, que incentivava os jovens a assumirem o seu caminho numa sociedade cada vez mais competitiva e castradora. O Nevermind exortava ainda à criatividade sem limites, acompanhada de uma certa agressividade, por vezes, algo ingénua, mas suficiente para marcar uma posição. Espoletou uma dinâmica de ruptura com um modelo de sociedade instituído.
Relembre-se que após uma década de efervescência do movimento "grunge", para o qual contribuíram bandas como os Pearl Jam (que estão também a comemorar 20 anos, mas de carreira), os Alice in Chains, os Soundgarden, os Temple of The Dog (um álbum brilhante) ou os Mother Love Bone (a origem de todas as coisas), Seattle viria a ser em Novembro de 1999, por ocasião de uma cimeira da Organização Mundial de Comércio (OMC), palco daquela que ficaria para a História como a primeira grande manifestação anti-globalização.
Enfim, muito mais haveria a dizer, mas o que importa aqui é problematizar sobre a forma de como estes fenómenos (não) são percepcionados por essas tais "mentes" conhecedoras que por aqui andam nesta praça. A verdade é que sem a compreensão desses mesmos fenómenos, dificilmente se consegue perceber as sociedades e as dinâmicas dos seus cidadãos.
Já agora, e para terminar, o autor destas linhas confessa que tem alguma curiosidade para saber se Marcelo e “companhia” fazem alguma ideia do que seja o Nevermind.
Texto publicado originalmente no Forte Apache.
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A sensivelmente 48 horas do Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, entregar, por escrito, ao secretário geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, o pedido de independência do novo Estado da Palestina, o Diplomata sugere uma visita a esta página do New York Times, com três filmes que ajudam compreender, de forma sucinta e clara, os principais problemas que estão em discussão (fronteiras, barreira e colonatos).
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O discurso do Presidente americano Barack Obama proferido esta manhã na sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
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Mulheres iemenitas mostram as mãos com sangue depois de terem ajudado companheiros seus, feridos durante a manifestação contra o Governo de Saleh/Foto: Mohammed Huwais/AFP/Getty Images
O Iémen está a “ferro e fogo” há várias semanas, embora a situação há muito se arraste. Segundo as últimas informações, desde Domingo terão morrido 50 pessoas, depois das forças governamentais terem carregado sobre manifestantes em Sanaa.
Apesar da violência que assola o País, são poucos os correspondentes estrangeiros e enviados especiais que lá estão, com a comunidade internacional a dar pouca atenção ao que por ali se passa, talvez distraída com a “crise” económico-financeira e com a Líbia.
Seja como for, há muito que era previsível que aquele Estado se poderia tornar num cenário de conflito interno, tendo condições para se vir a transformar num “Estado falhado”, uma espécie de nova Somália, e assim um vespeiro de terroristas e todo o género de “piratas”.
O autor destas linhas há algum tempo que acompanha os acontecimentos naquele País, tendo chamado a atenção a 3 de Setembro de 2009 para o que se estava a passar no terreno. A 10 de Janeiro de 2010 voltaria ao tema, que seria relembrado já este ano, a 21 de Março.
Texto publicado originalmente no Forte Apache.
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