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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

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Quando Kissinger fala sobre a China, talvez seja importante ouvi-lo com atenção

Alexandre Guerra, 28.06.11

 

 

Quando um homem como Henry Kissinger, de 88 anos, antigo secretário de Estado norte-americano, uma das figuras mais influentes nos “bastidores” do poder durante vários anos da Guerra Fria, se pronuncia sobre algo, talvez seja importante ouvi-lo com atenção. Sobretudo quando o tema está relacionado com a China.

 

No passado Sábado, durante o Second Global Think Tank Summit realizado em Pequim, Kissinger disse que a China, com a sua capacidade financeira e de expansão económica global, ganhou uma nova confiança para enfrentar a actual crise internacional.

 

Kissinger não tem dúvidas que foi graças ao crescimento sustentado da China e do seu impacto no sistema internacional que os efeitos da crise de 2008 não se fizeram sentir de forma ainda mais gravosa.

 

O antigo Prémio Nobel da Paz acrescentou ainda que, muito provavelmente, a China dentro de uma ou duas décadas será a maior economia mundial em termos de PIB.

 

Kissinger sublinha que qualquer reforma no sistema financeiro internacional deve ter em consideração o novo papel da China na economia mundial.

 

Registos

Alexandre Guerra, 27.06.11

 

O Diplomata relembrava há uns dias o sangrento regime dos khmers vermelhos no Cambodja, entre 1975 e 1979. Na altura disse que este ano deveriam ser julgados mais quatro líderes khmers no tribunal especial em Phnom Penh, criado especificamente para o efeito com o apoio da ONU. Hoje, a imprensa internacional noticia o início da primeira sessão desse tão aguardado julgamento.

 

Momentos com história

Alexandre Guerra, 25.06.11

 

Foto: Georgi Licovski(EFE)

 

A polémica prolonga-se há semanas, depois das autoridades da Macedónia terem decidido colocar uma estátua equestre gigante do seu maior herói nacional, Alexandre Magno (356-323 a.C), em plena praça central da capital Skopje. Esta iniciativa está a gerar bastante desconforto na vizinha Grécia, que olha com desconfiança para este sinal nacionalista do povo da Macedónia, receando que seja uma tentativa de exportar uma imagem histórica que Atenas diz não corresponder à realidade. Aliás, desde a independência da Macedónia, em 1991, que a Grécia tem tido vários litígios com aquele país. Por exemplo, coloca em causa o facto daquele Estado independente ter herdado o nome histórico da antiga Macedónia. Nome esse que baptiza uma região no norte da Grécia e que Atenas considera ser alvo de eventuais reivindicações territoriais por parte de Skopje.

 

No entanto, os responsáveis macedónios defendem que o território do seu país corresponde praticamente às fronteiras da Macedónia da antiguidade. Algo que os gregos contestam e, por isso, a Grécia tem impedido que a Macedónia avance com o seu processo negocial de adesão à União Europeia, apesar de ter o estatuto de candidata desde 2005. Atenas vetou igualmente a adesão da Macedónia à NATO três anos mais tarde.

 

Receia-se agora que a estátua de 22 de metros de altura e de 48 toneladas de peso, classificada por Atenas como uma "provacação" e uma tentativa de apropriação da "história grega", possa reavivar rivalidades da antiguidade.

 

Obama já percebeu a importância do voto hispânico, mas os republicanos nem por isso

Alexandre Guerra, 21.06.11

 

 

Obama almoçava no passado dia 14 com o senador porto-riquenho, Alexandro Garcia Padilla, num restaurante perto de San Juan, Porto Rico/Foto: White House/Pete Souza

 

Barack Obama realizou no passado dia 14 uma visita de cinco horas à ilha de Porto Rico, sendo o primeiro Presidente americano a fazê-lo de forma oficial em 50 anos, desde que Joseph F. Kennedy ali tinha estado. Uma visita que é, sobretudo, um sintoma da metamorfose na geografia política e do voto nos Estados Unidos, evidenciada com os resultados dos censos de 2010.

 

Assim, numa altura em que as hostes republicanas se agitam na demanda pelo seu candidato à Casa Branca, Obama, em vantagem nesta corrida, foi a Porto Rico, um Estado Livre Associado dos Estados Unidos, para fazer campanha pura e dura.

 

Porém, uma campanha não direccionada para os eleitores daquela ilha, irrelevantes para a contenda eleitoral de 2012, mas focada nos 4,6 milhões de

eleitores porto-riquenhos a viver em território americano.

 

Alguns analistas, sustentados nos factos numéricos, não têm dúvidas ao afirmar que os porto-riquenhos são hoje uma força política em ascensão no sistema eleitoral americano, comparada à emergência do papel dos cubanos há uns 20 anos.

 

Esta ilação não deixa de fazer um certo sentido, não apenas pelo número significativo de porto-riquenhos, mas sobretudo pela forma como estão distribuídos geograficamente por alguns estados norte-americanos.

 

Por exemplo, cerca de 850 mil eleitores porto-riquenhos residem na Florida, sendo que a sua maioria está concentrada na área metropolitana de Orlando. Ora, a Florida é historicamente um “swing state” e todos os votos são importantes na hora da contagem.

 

O voto hispânico foi determinante para Obama na sua vitória naquele estado em 2008, tendo, por exemplo, sido o primeiro Presidente democrata, em 40 anos, a vencer em Orlando.

 

Tal como em 2008, também nesta campanha presidencial Obama já demonstrou que vai dar muita atenção não apenas aos porto-riquenhos, mas ao voto hispânico em geral. Uma estratégia lógica tendo em conta os censos de 2010, que revelam uma nova realidade, para a qual os republicanos parecem ainda não ter interiorizado.

 

Actualmente vivem sensivelmente 50 milhões de hispânicos nos Estados Unidos, um aumento de 46 por cento em relação há uma década, de acordo com os censos de 2010.

 

Por outro lado, o Pew Hispanic Center revela que os hispânicos representaram 6,9 por cento do total dos eleitores nas últimas eleições intercalares, uma subida significativa em relação aos 5,6 por cento de 2006. 

 

Outra informação importante para o “staff” de Obama é o facto de 60 por cento dos eleitores hispânicos terem votado nos democratas nas eleições de Novembro.

 

Apesar da importância crescente do voto hispânico, à qual os democratas estão atentos, o USA Today chamava a atenção para a ausência de uma estratégia dos candidatos republicanos para cativar aqueles eleitores. Além dos seus discursos não manifestarem particulares atenções para os hispânicos, aquele jornal salientava a título de exemplo que nenhum dos principais candidatos do GOP tinha uma versão em língua espanhola dos seus sites da campanha.

 

Um simples pormenor cénico?

Alexandre Guerra, 18.06.11

 

 

Talvez seja um sintoma da crise de identidade do projecto europeu ou apenas um mero esquecimento protocolar, mas a observação de José Adelino Maltez num artigo de opinião no Diário Económico é bastante pertinente, quando escreveu "que já nem a bandeira azul de doze estrelas serviu como pano de fundo para o anúncio da coligação" governamental entre o PSD e o CDS.

 

Muitos poderão interpretar esta questão como um mero pormenor cénico, mas o Diplomata confessa que foi assunto que lhe deu que pensar.

   

Uma nota inicial sobre os nomes que compõem o novo Governo

Alexandre Guerra, 17.06.11

 

Correndo o risco do Diplomata ser injusto para algum comentador ou jornalista solitário, é curioso constatar que, após tantas horas de emissão televisiva e de inúmeras páginas de jornais escritas, nenhuma sumidade desta praça falou nos nomes que vão agora ocupar aqueles que se disseram ser os dois principais ministérios do novo Governo.

 

Nos últimos dias tanto se especulou e se teorizou sobre quem iria assegurar as pastas da Economia e das Finanças, mas pouco ou nada se acertou. Seja como for, Vítor Gaspar, nas Finanças, e Álvaro Santos Pereira, na Economia, são, seguramente, nomes que vão passar a fazer parte do léxico dos portugueses.

 

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