Este fim-de-semana, durante uma conversa amena sobre literatura, o Diplomata descobriu mais uma entusiasta leitora de Stieg Larsson, o escritor que morreu misteriosamente em 2004 após ter terminado uma trilogia que, publicada postumamente, se veio a revelar um fenómeno comercial, que até a esta Primavera já tinha vendido 20 milhões de cópias em 41 países.
Pela terceira vez, num espaço de pouco tempo, o autor destas linhas ouviu uma pessoa a falar de forma tão apaixonada sobre esta trilogia. Curiosamente, todos os relatos foram de mulheres, que revelaram uma forte atracção pela escrita e pelo enredo de Larsson que, segundo percebeu o Diplomata, envereda num jogo de teorias, cenários e conspirações políticas e policiais que, a determinada altura, vão-se misturando com a realidade, indiciando que estaria a associar alguns acontecimentos a factos até então por desvendar.
O assassinato do antigo primeiro-ministro escandinavo, Olof Palme, em 1986, em circunstâncias ainda hoje pouco claras, parece ser um dos temas mais sensíveis desta trilogia, ou não fosse considerado como uma espécie de JFK à sueca.
À medida que o processo de investigação oficial foi conduzindo a lado algum e que os curiosos investigadores emergentes iam procurando por pistas, foram vários os livros publicados com teorias da conspiração.
Na verdade, o assassinato de Olof Palme alimentou uma tendência de ficção policial na Suécia e que, segundos os amantes das teorias da conspiração, terá extravasado para a realidade com a trilogia de Larsson. Dizem os crentes de Larrson, que estaria perto de desvendar segredos vitais para determinados grupos de interesse.
Verdade ou não? Este é pelo menos o “mito” que está associado à trilogia de Larsson. A verdade é que tantos anos passados são ainda várias as teorias que apontam para diferentes autores do crime, desde guerrilhas curdas a agentes secretos sul africanos, passando por revolucionários alemães.
Stieg Larsson morreu em 2004 com apenas 50 anos. Escritor e jornalista sueco, Larsson notabilizou-se pelos três romances policiais,”The Millenium Series”, publicados após a sua morte.
Activista político e social dedicado a combater o racismo e a extrema-direita, Larsson desenvolveu parte do seu trabalho precisamente a estudar estas temáticas, nomeadamente grupos neo-nazis, levando à criação da Expo-foundation, uma organização com o objectivo de travar o surgimento daquele tipo de grupos extremistas.
O seu conhecimento nestas áreas levou-o a dar várias palestras, ficando desde os anos 90 “marcado” pelos grupos de extrema-direita como um pessoa hostil aos princípios defendidos por aqueles.
Desde então que Larsson e a sua mulher viviam rodeados de algumas medidas de segurança.