Memorial na Embaixada dos EUA em Moscovo/Sergei Chirkov/PressphotoAgency
E porque a morte de Michael Jackson se tornou num acontecimento planetário e, de certo modo, a sua pessoa ficará para sempre gravada na história das sociedades pós-modernas, à semelhança de Kennedy, como alguém disse, o Diplomata não poderia deixar de fazer aqui uma referência.
Mas, como tanto se tem dito sobre Jackson, o autor destas linhas faz uma modesta homenagem e revela, curiosamente, a vertente mais rock do Rei da Pop.
Um lado menos explorado pelo próprio artista e menos identificado pelos admiradores, mas sempre presente desde o Thriller até aos anos mais recentes.
Nem sempre foram evidentes esses momentos que extravasaram para o rock, mas são reveladores de um lado mais agressivo de Jackson, que recorreu quase sempre à guitarra para expressar essa sua tendência.
Na maior parte dos casos não se tratam de abordagens demasiado óbvias, mas antes momentos musicais de grande qualidade, seja através de um solo, de um riff, ou de um acorde mais arpejado, mas que fazem a ponte da Pop para o rock.
Ao ouvir-se com atenção as músicas abaixo referidas, percebe-se que são introduzidas sonoridades e "toques" que entram no campo do rock, reveladores do talento imenso de Jackson e da sua virtuosidade para a criatividade musical fosse em que género fosse.
Beat it, do mítico Thriller (1982), conta com o acompanhamento na guitarra de Eddie Van Halen, que utiliza no solo principal uma técnica (tapping) em que o próprio é especialista, e que marca claramente o carácter mais rock da música.
Dirty Diana, do Bad (1987), na qual o guitarrista Steve Stevens, ex-companheiro de banda de Billy Idol, usa e abusa da guitarra com distorção ao longo de toda a música.
Give in to me, do álbum Dangerous (1991), um single que nunca foi lançado nos Estados Unidos, que conta com a participação de Slash, ex-guitarrista dos Guns N'Roses, dando a sonoridade subtil da sua Les Peaul, utilizando sempre som limpo, sem qualquer tipo de distorção.