O Diplomata escreveu há uns dias um texto sobre os três possíveis cenários de sucessão do líder Kim Jong Il: familiar, militar ou partidário. Na altura, foi abordada, sobretudo, a primeira hipótese e, à luz das notícias de Segunda-feira, parece ter sido uma aposta certeira.
De acordo com a agência noticiosa da Coreia do Sul, Yohnap, Kim Jong-un, filho mais novo do chefe de Estado norte-coreano, foi nomeado para um cargo de nível inferior da Comissão de Defesa Nacional, o principal organismo do regime de Pyongyang. Com cerca de 25 anos, vários analistas não hesitaram em ver nesta iniciativa um primeiro passo para a sucessão de Kim Jong Il, que em Agosto passado teve um acidente vascular cerebral.
Efectivamente, caso o regime de Pyongyang se decida por uma espécie de sucessão familiar, Kim Jong-un tem boas hipóteses de vir a substituir o pai à frente dos desígnios daquele país, embora a sua jovem idade seja um factor desfavorável.
Pouco se sabe do filho mais novo de Kim Jong Il, apenas que fala inglês, que estudou na Escola Internacional de Berna e que gosta de basquetebol. É também dito que é parecido com o pai no visual e na forma de agir.
Citado pela Associated Press, Cheong Seong-chang, analista do think tank Sejong Institute, revela que Kim Jong Il acredita que o seu filho mais novo tem o perfil de "líder carismático" tal como ele. E tendo em conta os mais recentes problemas de saúde, o actual líder norte-coreano terá decidido apressar o processo de sucessão.
No entanto, esta opinião não é partilhada por Yang Moo-jin, professor na Universidade de Estudos Norte Coreanos, sublinhando que Kim Jong Il está mais interessado em reforçar a sua base de apoio na Comissão de Defesa Nacional, ciente da potencial erosão a que estará submetida.