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O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

O Diplomata

Opinião e Análise de Assuntos Políticos e Relações Internacionais

Estará Kim Jong Il a preparar a sucessão ou apenas a consolidar poder na base de apoio?

Alexandre Guerra, 29.04.09

 

 

O Diplomata escreveu há uns dias um texto sobre os três possíveis cenários de sucessão do líder Kim Jong Il: familiar, militar ou partidário. Na altura, foi abordada, sobretudo, a primeira hipótese e, à luz das notícias de Segunda-feira, parece ter sido uma aposta certeira.

 

De acordo com a agência noticiosa da Coreia do Sul, Yohnap, Kim Jong-un, filho mais novo do chefe de Estado norte-coreano, foi nomeado para um cargo de nível inferior da Comissão de Defesa Nacional, o principal organismo do regime de Pyongyang. Com cerca de 25 anos, vários analistas não hesitaram em ver nesta iniciativa um primeiro passo para a sucessão de Kim Jong Il, que em Agosto passado teve um acidente vascular cerebral.

 

Efectivamente, caso o regime de Pyongyang se decida por uma espécie de sucessão familiar, Kim Jong-un tem boas hipóteses de vir a substituir o pai à frente dos desígnios daquele país, embora a sua jovem idade seja um factor desfavorável.

 

Pouco se sabe do filho mais novo de Kim Jong Il, apenas que fala inglês, que estudou na Escola Internacional de Berna e que gosta de basquetebol. É também dito que é parecido com o pai no visual e na forma de agir.

 

Citado pela Associated Press, Cheong Seong-chang, analista do think tank Sejong Institute, revela que Kim Jong Il acredita que o seu filho mais novo tem o perfil de "líder carismático" tal como ele. E tendo em conta os mais recentes problemas de saúde, o actual líder norte-coreano terá decidido apressar o processo de sucessão.

 

No entanto, esta opinião não é partilhada por Yang Moo-jin, professor na Universidade de Estudos Norte Coreanos, sublinhando que Kim Jong Il está mais interessado em reforçar a sua base de apoio na Comissão de Defesa Nacional, ciente da potencial erosão a que estará submetida.

 

Ideias para a Europa debatidas em Maio na Alemanha com forte presença portuguesa

Alexandre Guerra, 27.04.09

 

“Ideas for Europe” é o lema de um congresso internacional que se vai realizar entre os dias 6 e 9 de Maio, na Universidade de Tecnologia de Chemnitz, Alemanha, e que terá uma forte presença portuguesa, a começar pela presidência do comité científico, assegurada pelo Professor Viriato Soromenho-Marques. Entre outros, estará também presente o filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço pela Universidade de Nice.
 
Um dos pressupostos que serve de base a esta conferência prende-se com as inúmeras “possibilidades intelectuais, culturais e políticas” que emergem no debate da construção europeia. É importante conhecer as mesmas de modo a poder conciliar-se a essência da Europa com as suas necessidades.
 
É por isso que durante este encontro estará sempre presente o binómio “Ideas of Europe/Ideas for Europe”. Nesta lógica, pode ler-se no texto de apresentação da conferência uma referência a uma “lecture” de José Ortega y Gasset, realizada em Munique a 29 de Setembro de 1953, intitulada de “Is there a European Consciousness?”
 
Esta pergunta surgiu porque Gasset sabia que não poderia haver uma verdadeira unificação ou integração europeia se a mesma não fosse acompanhada por uma certa partilha de uma consciência cultural comum.
 
Tal como o texto de apresentação sustenta, também não é de estranhar que em Fevereiro de 1992, aquando da assinatura do Tratado de Maastricht, o então presidente da Comissão Jacques Delors tenha avisado de que se a Europa não voltasse a ter uma “alma, uma dimensão espiritual, um significado verdadeiro”, então todo o processo de integração teria sido “tempo perdido”.
 
Delors, tal como Gasset, pertencem a uma escola que rejeita a visão exclusivamente funcional da Europa, devendo esta ir além de uma mera integração de economias e de políticas.
 
É necessário haver uma identidade cultural comum e que a promoção da mesma deverá ser não só da responsabilidade dos agentes políticos e das instituições, mas também das pessoas.   
 
A conferência tem o alto patrocínio da Comissão Europeia e será encerrada pelo seu presidente, Durão Barroso, que receberá ainda o grau de Doutor "Honoris Causa" pela Universidade de Tecnologia de Chemnitz.

 

Momentos com história

Alexandre Guerra, 24.04.09

 

 

Jacob Zuma, líder do ANC, será o novo Presidente da África do Sul, conseguindo quase 70 por cento dos votos, de acordo com a contagem feita até ao momento. Apesar dos votos ainda não estarem todos contabilizados, o ANC está à frente nas oite das nove províncias do país.

 

O acto eleitoral foi extremamente concorrido, com cerca de 80 por cento de participação, sendo a eleição mais competitiva desde o fim regime de apartheid há 15 anos.

 

Os resulados finais serão conhecidos amanhã.

 

Obama "exposto" em mais de 60 cartoons na Political Cartoon Gallery de Londres

Alexandre Guerra, 23.04.09

 

Andy Davey/The Sun

 

A partir de hoje pode ser vista uma exposição que deverá ser bastante interessante na Political Cartoon Gallery em Londres, onde estarão inúmeros cartoons do Presidente Barack Obama.

 

São mais de 60 cartoons que, segundo Tim Benson, retratam na sua maioria o Presidente pela positiva: "It's as if Bush was the Antichrist and the world's in such a mess that Obama is seen as an angel."  

 

Em Janeiro, as estimativas do FMI para 2009 eram más... agora são péssimas

Alexandre Guerra, 22.04.09

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as perspectivas de evolução da economia para este ano. O cenário estimado prevê um aprofundamento da recessão global para 1,3 por cento, contrariando a já má previsão de crescimento tímido de 0,5 avançada em Janeiro.

 

Com estes valores negativos, o mundo enfrenta pela primeira vez desde a II Guerra Mundial uma verdadeira recessão global.  O gráfico em baixo é bastante elucidativo sobre o comportamento das economias das principais potências mundiais.

 

 

IMF forecasts

 

O FMI revela, no entanto, que existem possibilidades de haver uma recuperação ligeira em 2010, caso os países optem pelas políticas económicas mais adequadas.

 

Os números avançados pelo FMI podem ser lidos em detalhe no World Economic Outlook de Abril de 2009, no qual é feita uma análise minuciosa aos comportamentos e políticas económicas por país e por região.

 

Será a tortura admissível se resultar no salvamento de pessoas? Cheney diz que sim

Alexandre Guerra, 21.04.09

 

 

O ex-vice-Presidente Dick Cheney criticou duramente Barack Obama por ter divulgado os memorandos secretos que permitiram aos operacionais da CIA utilizarem técnicas de tortura durante interrogatórios sobre alegados terroristas.

 

À FOX News, Cheney acusou o Presidente de estar a deturpar a realidade, ao mostrar aos americanos apenas uma "parte da história". Segundo o antigo número de dois de George W. Bush, Obama não revelou os outros tantos memorandos que demonstram o sucesso dos esforços feitos pelos homens da CIA.

 

"There are reports that show specifically what we gained as a result of this activity. They have not been declassified. I formally ask that they be declassified now" , sublinhou Cheney.

 

Embora a tortura seja algo condenável, sobretudo num país como os Estados Unidos que se assume como o baluarte da democracia e dos direitos humanos, Cheney suscita questões importantes quando interpretadas nos interesses do Estados. Aliás, já aqui o Diplomata tinha chamado atenção para esse facto.

 

É por isso importante reflectir um pouco nas palavras de Justin Webb da BBC News, que no seu blogue aborda o ponto essencial deste tema: "The real question - of course - is whether waterboarding is justified under any circumstances, including the rescue of thousands of lives, including, indeed, the saving of the world." Webb não dá a resposta, mas o desafio está lançado a todos os leitores.

 

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